A Nova Biblioteca de Alexandria
Hoje, 1300 anos depois da sua destruição, a Biblioteca de Alexandria encontra-se em fase de renascimento.
Na verdade, o governo egípcio, em estreita colaboração com a UNESCO, decidiu construir uma nova biblioteca em Alexandria que se prevê que possa vir a constituir um importante foco de cultura, educação e ciência. Foi num memorável encontro realizado em Aswan, em 12 de Fevereiro de 1990, que foi assinada a Declaração de Aswan pelos membros da Comissão Honorária Internacional, incluindo Chefes de Estado e dignatários mundiais.
Digamos que a comunidade internacional, ao apoiar o projecto do renascimento da antiga Biblioteca de Alexandria, deu o primeiro passo no sentido de apagar o desastre causado pelo incêndio que queimou a velha biblioteca, há mais de 1300 anos.
O Projecto tem por objectivo construir uma biblioteca pública universal que patrocinará estudos intensivos sobre a herança histórica e cultural contemporânea da região.
A biblioteca deverá fornecer às comunidades nacionais e internacionais de professores e investigadores todos os conhecimentos relacionados com as civilizações egípcia, alexandrina, antigas e medievais. Possuirá importantes colecções de ciência moderna e recursos tecnológicos para ajudar os estudos de desenvolvimento sócio-económico e cultural no Egipto e na região.
Localização
A Biblioteca Alexandrina situar-se-á junto à Universidade de Alexandria, Faculdade de Artes, em Shatby, com vista para o Mar Mediterrâneo na maior parte do seu frontão norte. A biblioteca estará pois perto do antigo complexo biblioteca-museu no Bairro Real, no distrito então conhecido por Bruguian, onde recentemente se descobriram marcas da civilização Greco-Romana que estarão em exposição no museu da Biblioteca. Na vista panorâmica da Porta Oriental circular, encontra-se a serena e velha Citadela Mameluke de Qait Bey, erigida em 1480 no local do famoso Farol.
O projecto do novo edifício
O projecto consiste num simples círculo inclinado para o mar, parcialmente submerso numa piscina de água - a imagem do sol egípcio - que em termos contemporâneos iluminará a civilização humana. Desenhado como uma seta, uma passagem elevada liga a Universidade de Alexandria ao Corniche. O edifício está rodeado por uma muralha em granito de Aswan gravado com letras caligráficas e inscrições representativas de todas as civilizações do mundo.
Esta conceptualização pretende simbolizar a herança da região com o pretendido renascimento do brilho cultural de uma Biblioteca que pretende cheguar a todos os cantos do mundo.
A Nova Biblioteca de Alexandria
Hoje, 1300 anos depois da sua destruição, a Biblioteca de Alexandria encontra-se em fase de renascimento.
Na verdade, o governo egípcio, em estreita colaboração com a UNESCO, decidiu construir uma nova biblioteca em Alexandria que se prevê que possa vir a constituir um importante foco de cultura, educação e ciência. Foi num memorável encontro realizado em Aswan, em 12 de Fevereiro de 1990, que foi assinada a Declaração de Aswan pelos membros da Comissão Honorária Internacional, incluindo Chefes de Estado e dignatários mundiais.
Digamos que a comunidade internacional, ao apoiar o projecto do renascimento da antiga Biblioteca de Alexandria, deu o primeiro passo no sentido de apagar o desastre causado pelo incêndio que queimou a velha biblioteca, há mais de 1300 anos.
O Projecto tem por objectivo construir uma biblioteca pública universal que patrocinará estudos intensivos sobre a herança histórica e cultural contemporânea da região.
A biblioteca deverá fornecer às comunidades nacionais e internacionais de professores e investigadores todos os conhecimentos relacionados com as civilizações egípcia, alexandrina, antigas e medievais. Possuirá importantes colecções de ciência moderna e recursos tecnológicos para ajudar os estudos de desenvolvimento sócio-económico e cultural no Egipto e na região.
Localização
A Biblioteca Alexandrina situar-se-á junto à Universidade de Alexandria, Faculdade de Artes, em Shatby, com vista para o Mar Mediterrâneo na maior parte do seu frontão norte. A biblioteca estará pois perto do antigo complexo biblioteca-museu no Bairro Real, no distrito então conhecido por Bruguian, onde recentemente se descobriram marcas da civilização Greco-Romana que estarão em exposição no museu da Biblioteca. Na vista panorâmica da Porta Oriental circular, encontra-se a serena e velha Citadela Mameluke de Qait Bey, erigida em 1480 no local do famoso Farol.
O projecto do novo edifício
O projecto consiste num simples círculo inclinado para o mar, parcialmente submerso numa piscina de água - a imagem do sol egípcio - que em termos contemporâneos iluminará a civilização humana. Desenhado como uma seta, uma passagem elevada liga a Universidade de Alexandria ao Corniche. O edifício está rodeado por uma muralha em granito de Aswan gravado com letras caligráficas e inscrições representativas de todas as civilizações do mundo.
Esta conceptualização pretende simbolizar a herança da região com o pretendido renascimento do brilho cultural de uma Biblioteca que pretende cheguar a todos os cantos do mundo.
No âmbito do apelo dirigido pela UNESCO à comunidade internacional no sentido da sua participação activa no projecto têm sido recebidas inúmeras contribuições em livros de indivíduos e governos de todo o mundo. Vários seminários e simpósios reunindo peritos e professores de todas as áreas, foram já organizadas com vista à recolha de contributos de toda a espécie para a futura Biblioteca Alexandrina.
Entretanto, por todo o mundo, têm sido constituídas associações de amizade com a Biblioteca Alexandrina: em Alexandria, Espanha, México, Reino Unido, Estados Unidos da América, Grécia e França, que pretendem apoiar o Projecto de diversas maneiras.
Por conselho de Demétrio de Falero, Ptolomeu Soter, vai fundar uma nova biblioteca. O edifício será construído no mais belo bairro da nova cidade, nas proximidades do porto principal, onde também se encontrava o palácio real, prova bem clara da importância que Ptolomeu, desde o princípio, lhe atribuiu.
Para além dos inúmeros livros que Demétrío e Ptolomeu I compraram para a biblioteca, esta foi crescendo também graças ao contributo que os sábios e os literatos da época iam dando (refira-se por exemplo, o caso do filólogo Dídimo (313 - 398 d.C.), que terá composto cerca de três mil e quinhentos volumes de comentários).
A colecção de base acumulada por Ptolomeu I aumentou com enorme rapidez nos dois reinados seguintes. Ptolomeu III, o Evérgeta (reinado: 246 - 221 a.C.), usou de todos os métodos para obter livros. Assim, todos os navios mercantes fundeados no movimentado porto de Alexandria, eram revistados e os livros encontrados retidos e copiados. Conta-se também que Ptolomeu III pedira emprestado a Atenas os manuscritos originais ou as cópias oficiais das grandes tragédias de Ésquilo (525 - 456 a.C.), Sófocles (496 - 406 a.C.) e Eurípedes (480 - 406 a.C.). Acontece porém que, para os Atenienses, esses textos eram um património cultural de valor incalculável, razão pela qual se mostraram reticentes em deixar os manuscritos sair das suas mãos. Só depois de Ptolomeu ter assegurado a devolução através de um enorme depósito em dinheiro (quinze talentos) aceitaram ceder as peças. Mas Ptolomeu, que atribuía maior valor a esses manuscritos do que ao próprio ouro, preferiu perder a caução e conservar os originais na sua biblioteca. Os Atenienses tiveram que contentar-se com as cópias que Ptolomeu lhes enviou.
A Biblioteca continha tudo o que a literatura grega produzira de interessante. É certo também que existiam obras estrangeiras traduzidas ou não. Dentro das obras traduzidas pelo corpo de tradutores do próprio museu, distingue-se a tradução em língua grega dos chamados Setenta, livros sagrados dos Judeus a que chamamos Antigo Testamento. Uma lenda diz que Ptolomeu II Filadelfo (rei do Egipto entre 283 e 246 a. C.) reuniu setenta e dois sábios judeus e lhes pediu que traduzissem para o grego as suas Escrituras. No entanto, a tradução foi na realidade bem mais demorada. O Pentateuco só foi acabado de traduzir no séc. III, os livros dos Profetas e os Salmos no século II, e o Eclesiastes cerca de cem anos após a era cristã.
A dedicação e devoção revelada pelos soberanos do Egipto e pelos responsáveis pelo Museu permitiu reunir a maior colecção de livros da antiguidade. Pensa-se que a Biblioteca chegou a reunir cerca de 400 mil volumes. Tendo-se tornado insuficiente o espaço, o Serapeion (templo de Serápis) recebeu um outro depósito, de cerca de 300 mil volumes, totalizando assim 700 mil volumes.
Estátua do deus Serápis séc. IV a. C.. Adorado tanto pelos Gregos como pelos Egípcios, Serápis simbolizava a influência do saber grego no Egipto.
Dada a sua riqueza, a Biblioteca foi alvo de atenção dos falsários. Assim, uma das tarefas dos funcionários do Museu consistia em distinguir as obras apócrifas das autênticas.
Por exemplo, os poemas homéricos foram analisados por um filólogo do Museu, Zenódoto de Éfeso (final do séc. III a.C.) que assinalou as passagens mais suspeitas, o mesmo ocorrendo com os poemas trágicos e a literatura grega. Assim, nascia no Museu a crítica dos textos.
ANTECEDENTES DO MUSEU
Na realidade, a ideia e o nome do Museu não eram novas. Elas remontam fundamentalmente à escola peripatética a que Demétrio de Falero pertencera. A ideia provém de Pitágoras que fundou uma espécie de confraria na qual o culto das Musas simbolizava o estudo e a investigação científica. Às casas pitagóricas chamavam-se museus. Por seu lado, Platão (427 - 347 a.C.) ao fundar a Academia em Atenas, numa sua propriedade pessoal, aí instalou parques para passeio, salas de estar para o diálogo, instalações para o director e também uma parte para os alunos.
O episódio fundamental é porém a fundação do Liceu de Aristóteles cuja orientação metodológica pressupõe a cooperação dos sábios na investigação científica do Mundo. Após a morte de Aristóteles, Teofrasto organiza no Liceu um Museiom, verdadeiro predecessor do Museu de Alexandria. Neste Museiom, podiam-se encontrar salas de aula, alojamentos para os professores e também a famosa biblioteca reunida por Aristóteles.
Digamos que o projecto de Aristóteles e de Teofrasto era já o de agrupar os sábios e os alunos em redor de uma biblioteca, com vista a uma colaboração útil para o progresso da ciência. Em Alexandria, Demétrio, ele mesmo um peripatético, retoma a ideia conferindo-lhe, contudo, um carácter mais amplo.
PORTO DE ALEXANDRIA
Para fazer de Alexandria um centro de comércio de primeira grandeza, foi necessário dotar a cidade com as estruturas e os aperfeiçoamentos necessários. Como o porto da cidade não era satisfatório, Alexandre mandou construir um porto artificial entre a costa e a Ilha de Faros que se encontrava aproximadamente a mil metros da margem. Esta ilha foi unida ao continente através de um paredão, o Heptaestádio (um dique com sete estádios de comprimento, aproximadamente 1200 m). A baía ficava assim dividida em dois portos: a leste, o porto de guerra, os arsenais, os estaleiros navais e o porto pessoal do soberano. A oeste, o porto mercantil - Eunostos - que significa bom regresso. Duas aberturas existentes no dique permitiam aos navios passar de um porto para o outro. Este duplo porto de Alexandria foi mais tarde copiado em várias cidades helenísticas.
A antiga biblioteca de Alexandria continha a maior colecção de escritos da antiguidade. Quando foi destruída, no século V A.D., um vasto tesouro de antiga sabedoria perdeu-se para sempre.
Em 1989, o Estado Egípcio anunciou um concurso de arquitectura para o design de uma nova e extensa Biblioteca de Alexandria. Cerca de 650 equipas de arquitectos apresentaram projectos. Foi uma verdadeira surpresa quando a Snøhetta – uma pequena empresa norueguesa que nunca tinha ganho um concurso ou construído edifícios em grande escala – ganhou o primeiro prémio. A nova Biblioteca de Alexandria, ou Bibliotheca Alexandrina, abriu em 2002 e é amplamente encarada como uma das obras arquitectónicas mais importantes das últimas décadas.
Embora simples, a biblioteca é magnífica. Na sua essência, o edifício é um cilindro vertical talhado na diagonal cuja clareza geométrica tem muito em comum com os grandes edifícios da antiguidade egípcia. Uma linha recta que perfura a forma cilíndrica da biblioteca é, na verdade, uma ponte pedonal, que fornece acesso à Universidade de Alexandria, para o sul. A ponte atravessa uma rua com muito trânsito de modo a alcançar o segundo piso da biblioteca e continua para uma praça pública na parte norte do edifício, na direcção do mar.
A oeste desta ponte, a maior parte do cilindro é recuada, criando um vazio que constitui o lado da entrada principal da biblioteca. A entrada da biblioteca fica situada à frente das portas dianteiras de uma sala de conferências mais antiga e parece evidenciar respeito por este edifício vizinho. Entre os dois edifícios encontra-se uma praça revestida com lajes e, na praça, uma vasta esfera que abarca um planetário.
Uma fatia oblíqua foi retirada ao edifício em forma de cilindro. Normalmente, constituiria uma superfície elíptica, mas os arquitectos começaram a partir de um cilindro elíptico que é inclinado verticalmente. Assim, a área do piso térreo dos edifícios e o plano do seu telhado inclinado formam círculos perfeitos. As paredes inclinadas da biblioteca apontam todas para norte do mar, tal como o faz o declive do telhado. Embora um verdadeiro cilindro seja uma forma estática, as irregularidades da biblioteca proporcionam-lhe movimento – uma impressão que é reforçada pelo alcance vertical exposto do edifício de 10 andares, desde 10 m debaixo do chão a 32 m acima do mesmo.
A parede sul do cilindro é revestida por lajes de granito que foram fendidos de enormes blocos, não serrados. A sua superfície é irregular, com contornos suaves. Estas placas de granito têm inscritos símbolos alfabéticos de todo o mundo. A passagem do sol pelo céu e os reflexos da iluminação eléctrica advindos de uma bacia de água adjacente produzem um dinâmico jogo de sombras sobre os símbolos gravados, evocando antigas paredes de templos egípcios. O vasto átrio central da biblioteca – um meio círculo com um diâmetro de 160 m – é uma sala imponente. A parede curva é feita de elementos de betão com dobradiças abertas na vertical, ao passo que a parede direita é revestida com pedra negra polida do Zimbabué. O chão está dividido em sete níveis em plataforma que descem para norte, na direcção do Mediterrâneo.
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