segunda-feira, 25 de abril de 2011

Alexandre, o Grande

Alexandre III Magno ou Alexandre, o Grande (356-323 a.C.), rei da Macedônia (336-323 a.C.), conquistador do império persa, um dos mais importantes militares do mundo antigo.

AS PRIMEIRAS CONQUISTAS

Alexandre nasceu em Pela, antiga capital da Macedônia. Era filho de Felipe II, rei da Macedônia, e de Olímpia, princesa de Epiro. Aristóteles foi seu tutor, ensinou-lhe retórica e literatura, e estimulou seu interesse pelas ciências, medicina e filosofia.
No verão do ano 336 a.C. Felipe II foi assassinado e Alexandre ascendeu ao trono da Macedônia. Encontrou-se rodeado de inimigos e se viu ameaçado por uma rebelião no estrangeiro. Alexandre ordenou a execução de todos os conspiradores e inimigos nacionais.
Seguiu para a Tessália, que estava sob o controle dos partidários da independência, e restaurou o domínio macedônio.
Até o final daquele verão havia firmado sua posição na Grécia e durante um congresso realizado em Corinto os representantes dos estados o elegeram comandante do exército na guerra contra a Pérsia.
Em 335 a.C., dirigiu uma brilhante campanha contra os rebeldes trácios nas proximidades do rio Danúbio.
Em seu regresso à Macedônia, reprimiu em uma só semana os hostis ilírios e dardânios nos arredores do lago Pequeno Prespa e depois se dirigiu para Tebas, que havia se sublevado.
Conquistou a cidade e destruiu os edifícios, respeitando apenas os templos e a casa do poeta lírico Píndaro, escravizando 30 mil habitantes capturados. A rapidez de Alexandre em reprimir a revolta de Tebas facilitou a imediata submissão dos outros estados gregos.

A CRIAÇÃO DE UM IMPÉRIO

Alexandre começou a guerra contra a Pérsia na primavera de 334 a.C. ao cruzar o Helesponto, atual Dardanelos, com um exército de aproximadamente 365 mil homens da Macedônia e de toda a Grécia. Seus oficiais eram todos macedônios. No rio Grânico, próximo à antiga cidade de Tróia, atacou um exército de 40 mil persas e gregos hoplitas — mercenários. Suas forças derrotaram o inimigo e, segundo a tradição, perdeu somente 110 homens.
Depois dessa batalha, toda a Ásia se rendeu. Continuou avançando para o sul e se encontrou com o principal exército persa, sob o comando de Dario III, em Isos, no noroeste da Síria. Segundo a tradição, o exército de Dario era estimado em 500 mil soldados, cifra que hoje é considerada exagerada.
A batalha de Isos em 333 a.C. terminou com uma grande vitória de Alexandre.
Dario fugiu, deixando aos cuidados de Alexandre a mãe, esposa e filhos, que, devido à condição de família real, foram tratados com respeito. Tiro, um porto marítimo extremamente fortificado, ofereceu uma tenaz resistência, mas Alexandre conquistou-o em 332 a.C. depois de sete meses de combates. Posteriormente, Alexandre capturou Gaza e entrou no Egito, onde foi recebido como libertador. Estes acontecimentos facilitaram o controle de toda costa do Mediterrâneo.
Mais tarde, em 332 a.C., fundou na desembocadura do rio Nilo a cidade de Alexandria, que se converteu no centro literário, científico e comercial do mundo grego (ver Biblioteca de Alexandria). Cirene, a capital do antigo reino da Cirenaica, no norte da África, se rendeu a Alexandre em 331 a.C.
Na primavera de 331 a.C., Alexandre fez uma peregrinação ao grande templo e oráculo de Amon, o deus egípcio do Sol que os gregos identificaram com Zeus. Acreditava-se que os primeiro faraós egípcios eram filhos de Amon. Alexandre, o novo dirigente do Egito, queria que o deus o reconhecesse como seu filho. A peregrinação teve êxito, e talvez tenha confirmado a crença de Alexandre em sua origem divina.
Dirigindo-se de novo para o norte, reorganizou suas forças em Tiro e saiu para a Babilônia com um exército de 40 mil infantes e 7 mil ginetes. Cruzou os rios Eufrates e Tigre e se encontrou com Dario à frente do exército persa, o qual, segundo estimativas exageradas, tinha um milhão de homens, quantidade que não impediu que sofresse no dia 1º de outubro de 331 a.C. uma derrota devastadora na batalha de Arbela, às vezes chamada Gaugamela.
Dario fugiu da mesma forma que havia feito em Isos e um ano mais tarde foi assassinado por seus próprios colaboradores. A Babilônia se rendeu depois de Gaugamela e a cidade de Susa, com seus enormes tesouros, foi igualmente conquistada. O domínio de Alexandre se estendeu da margem sul do mar Cáspio, incluindo as atuais Afeganistão e Beluquistão, ao norte, até a Bactriana e Sogdiana, atual Turquistão. Precisou de apenas três anos, da primavera de 330 a.C. à primavera de 327 a.C., para dominar esta vasta zona.
Para completar a conquista do resto do império persa, que chegou a abranger parte do oeste da Índia, Alexandre cruzou o rio Indo no ano 326 a.C. e invadiu o Punjab, alcançando o rio Hifasis, atual Bias; neste ponto, os macedônios se rebelaram, negando-se a continuar. Alexandre resolveu construir uma frota e desceu o Hidaspe em direção ao Indo, alcançando seu delta em setembro de 325 a.C.
A frota continuou em direção ao golfo Pérsico. Com seu exército, Alexandre cruzou o deserto de Susa em 324 a.C.
A escassez de comida e água durante a marcha causou várias perdas e desentendimentos entre a tropa. Alexandre passou aproximadamente um ano reorganizando seus domínios e inspecionando territórios do golfo Pérsico onde conseguira novas conquistas. Chegou à Babilônia na primavera de 323 a.C., mas em junho foi acometido por uma febre e morreu em seguida.

O LEGADO DE ALEXANDRE

Alexandre foi um dos maiores conquistadores da História. Destacou-se pelo brilhantismo tático e pela rapidez com que atravessava grandes territórios. Ainda que valente e generoso, soube ser cruel quando a situação política assim exigia.
Cometeu alguns atos dos quais se arrependeu, como o assassinato de seu amigo Clito em um momento de embriaguez. Como político e dirigente teve planos grandiosos. Segundo alguns historiadores elaborou um projeto de unificar o Oriente e o Ocidente em um império mundial.
Acredita-se que cerca de 30 mil jovens persas foram educados na cultura grega e em táticas militares macedônicas, sendo aceitos no exército de Alexandre. Ele também adotou costumes persas e casou com mulheres orientais: Estatira ou Stateira, filha mais velha de Dario, e com Roxana, filha do sátrapa Bactriana Oxiartes. Além disso animou e subornou seus oficiais para que aceitassem mulheres persas como esposas. Alexandre ordenou que as cidades gregas, após sua morte, lhe adorassem como um deus.
Ainda que provavelmente tenha dado a ordem por razões políticas, segundo sua própria opinião e de alguns contemporâneos, ele se considerava de origem divina.
Para unificar suas conquistas, Alexandre fundou várias cidades ao longo de suas conquistas, muitas das quais se chamaram Alexandria em sua homenagem.
Essas cidades estavam bem situadas, bem pavimentadas e contavam com bom serviço de abastecimento de água. Eram autônomas mas sujeitas aos editos do rei. Os veteranos gregos de seu exército, bem como os soldados jovens, negociantes, comerciantes e eruditos, se instalaram nelas, levando consigo a cultura e a língua gregas. Assim, Alexandre estendeu amplamente a influência da civilização grega e preparou o caminho para os reinos do período helenístico e a posterior expansão de Roma
A velocidade, nível e estratégia com que Alexandre, o Grande (356-323 a.C.) esculpiu o seu império é material para a lenda.
Ele foi o melhor comandante militar do mundo antigo e possuía um incansável vigor para a expansão.
Seu maior sucesso foi conquistar a Pérsia, o maior rival da Grécia.
O império de Alexandre não se estendeu apenas pelo mundo grego, mas também dentro do Egito (onde ele fundou a cidade de Alexandria) e no Paquistão.
Alexandre, o Grande
Busto de Alexandre o Grande no Museu Capitoline de Roma
Alexandre conquistou não apenas com poder, mas utilizando sua inteligência.
Em lugar de destruir os países que conquistou, ele os regeu com justiça e assimilou seus habitantes em seu governo e seu exército.
Isto ficou conhecido como política da fusão.
Mas ele era um homem com defeitos.
Alexandre bebia muito, abusou de sua saúde até o limite em incansáveis batalhas, e não deixou herdeiros.
Exausto, Alexandre morreu de febre com apenas 32 anos.
Sem ele, seu império não demorou muito em colapsar.

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