segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

HISTÓRIA DO JAPÃO Período Edo

Período Edo
Recepção dos daimyos no Castelo de Edo com a aplicação da política sankin kōtai, que lhes permitiu o controlo do shogunato, forçando-os a adquirir dupla residência que variou entre Edo e Han, o "sequestro" das suas famílias em Edo e o custo de transporte entre os dois locais.Biombo de Kyosai Kiyomitsu (1847).
O Período Edo (江戸時代 Edo-jidai?), também conhecido como Período Tokugawa (徳川時代 Tokugawa-jidai?) é um período da história do Japão que se estende desde 1603 até 1868. Esta época define o shogunato Tokugawa ou, também denominado pelo seu nome original japonês Edo bakufu (江戸幕府?) o qual foi o último shogunato que deteve poder no Japão.
Em 1603, Ieyasu foi oficialmente nomeado shogun pelo imperador Go-Yozei, ocupando o lugar por apenas dois anos, pois em 1605 havia decidido abdicar da posição em favor do seu filho Hidetada. Adquirindo o título de Ōgosho (大御所? "Shogun enclausurado"), Ieyasu manteve assim o controlo governamental do país.[94] Enquanto isso, Ōgosho foi compelido a enfrentar a ameaça de Toyotomi Hideyori, uma vez que alguns partidários alegavam que este seria o legítimo sucessor do governo. Assim, inúmeros samurais e ronins se aliaram a Hideyori, contrapondo-se ao shogunato, o que resultou em duas batalhas abreviadas de Cerco de Osaka.[95] Em 1614, sob a liderança de Ōgosho Ieyasu e shogun Hidetada, os Tokugawa comandaram um imenso exército até ao castelo de Osaka, acontecimento este denominado de "O cerco de inverno de Osaka".[95] Sugere-se que Ieyasu havia realizado um acordo com Yodogimi, mãe de Hideyori, consentindo que as tropas de Tokugawa regressassem a Sunpu. Contudo, Hideyori recusou-se a abandonar novamente o castelo tendo sido cercado, situação esta que ficaria conhecida como "Cerco de verão de Osaka".[96] Por fim, em finais de 1615, o castelo de Osaka foi destruído durante a batalha de Tennōji[97] onde inúmeros defensores morreram no confronto, incluindo o próprio Hideyori que cometeu seppuku.[98] Com o clã Toyotomi exterminado, o domínio dos Tokugawa sobre o Japão estava agora livre de sérias ameaça.
A unificação do país durante o período Azuchi-Momoyama, permitiu o Japão tornar-se num país mais pacífico. No período Edo a estrutura social havia-se consolidado e estabelecidas três classes sociais; a classe samurai governante, a agrícola e a do cidadão (artesãos, mercadores e comerciantes). A partir do período Momoyama, a pacificação e o aumento de produção do ouro e prata, concederam condições de vida mais estáveis sobre as classes sociais por cerca de dois séculos e meio, beneficiando um desenvolvimento de habilidades profissionais sobre a população em geral.[99][100] A classe samurai foi organizada de acordo com um sistema administrativo eficiente e legal, assegurando avanços em vários campos da erudição, enquanto que os agricultores e cidadãos comuns adquiriram condições de vida mais favoráveis. No século XVII, a produção de arroz duplicou e tornou-se significante a sua no mercado de cada cidade. Com o desenvolvimento industrial, foi alcançado um elevado nível de prosperidade em inúmeras cidades e o poder económico dos comerciantes depressa ultrapassou a dos samurais.[100][101]

Sakoku

Vista do porto de Nagasaki e da ilha de Dejima (abaixo do centro). Observam-se dois barcos holandeses (à direita) e vários juncos chineses estacionados no porto e um cerca de Dejima. O Império Chinês e os Países Baixos foram os únicos a comercializar com Japão durante o sakoku.Pintura de 1820.
Quando Ieyasu assumiu o poder, o Japão encontrava-se no esplendor do período comercial Nanban, e apesar do comércio com a Europa ter sido autorizado, as acções políticas do governante encontravam-se sob conspecto. Em 1614 Ieyasu realizou a primeira viagem transoceânica para o Ocidente com a embarcação à vela galeão San Juan Bautista, numa missão liderada por Hasekura Tsunenga. Entre 1604 e 1636, o shogunato havia então permitido várias permutas comerciais em diversas regiões da Ásia, utilizando-se de 350 Shuinsen.
Contudo, a contínua expansão do cristianismo era considerada um "problema" por parte do shogunato visto ser cada vez mais evidente relações comerciais entre daimyos cristãos de Kyushu e comerciantes europeus. Assim, a percepção de que a presença espanhola e portuguesa no Japão iria facilmente desencadear um processo de conquista semelhante ao ocorrido no Novo Mundo, era manifestamente provável. Calculoso, o shogunato considerou que a atividade dos europeus era um frontispício que ocultaria a intenção de uma conquista política.[101] Em 1612, o regime obrigou a que os vassalos e residentes de propriedades do clã Tokugawa repudiassem o cristianismo. Então, em 1616 foi restringido o comércio fora das cidades de Hirado e Nagasaki; em 1622 foram executados 120 missionários; em 1624 os espanhóis foram desapossados do arquipélago do Japão e em 1629 foram executados milhares de pessoas que se converteram ao cristianismo.
Durante o governo do terceiro shogun Tokugawa, Iemitsu, foi registada a primeira grande fome do período, que se perdurou desde 1630 até 1640 e 1641,[102]. Isto resultou em inúmeros protestos por parte dos agricultores em 1632, 1633 e 1635.[103] A rebelião Shimabara de 1637 até 1638 foi a consequência mais dramática da deteriorada relação com o governo devido a esta crise, [103] onde camponeses católicos enfrentaram o numeroso exército do governo.[104] No entanto, e apesar deste protesto não se fundamentar e motivos religiosos nem políticas, este acontecimento havia aparentemente motivado Iemitsu a restringir definitivamente o cristianismo no Japão, uma vez que emitiu uma ordem em 1639 que proibiu a prática da religião no país. Assim, sacerdotes portugueses ficaram impedidos de entrar no Japão assim como japoneses interditos de saírem do país processo este controlado sob a consequência de pena de morte. [105] Durante este período de isolamento, conhecido como sakoku (鎖国?), as relações comerciais com todas as nações europeias foram obstruídas, com excepção dos [Países Baixos]], que permitiria comércio ativo apenas em Dejima.[106] O Japão continuou a manter relações comerciais com a China e Coreia, ainda que limitadas

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