quarta-feira, 4 de maio de 2011

ARQUITETURA GREGA 2

A principal função da arquitetura, pintura e escultura de monumentos até aproximadamente o ano 320 a.C. era de caráter público, ocupando-se de assuntos religiosos e dos acontecimentos civis mais importantes, como as competições esportivas. Os cidadãos só utilizavam as artes plásticas na decoração de suas tumbas e as artes decorativas, para a produção de objetos de uso privado. O enxoval doméstico continha um grande número de vasilhas de terracota pintadas e com acabamento sofisticado; as famílias mais ricas possuíam vasilhas de bronze e espelhos. Em muitos objetos produzidos em terracota e bronze havia pequenas figuras e baixos-relevos.
A maioria das construções levadas a cabo pelos arquitetos gregos foi feita em mármore ou em calcário, além de madeira e telhas, usadas na cobertura dos edifícios. Os escultores trabalharam o mármore e o calcário, modelaram a argila e fundiram suas obras em bronze. As grandes estátuas votivas foram esculpidas em lâminas de bronze ou em madeira recoberta com ouro e marfim. Algumas vezes, as cabeças ou os braços estendidos foram realizados em separado e, posteriormente, unidos ao torso. A escultura em pedra e em argila era total ou parcialmente pintada com pigmentos brilhantes. Os pintores gregos colocavam pigmentos na água para pintar grandes murais ou vasilhas decoradas. Os ceramistas modelavam suas vasilhas em tornos de oleiro e, quando elas ficavam secas, poliam-nas, pintavam-nas e coziam-nas.

ARQUITETURA GREGA

Na construção de templos e edifícios públicos, os arquitetos gregos não usavam material aglutinante para unir as pedras de que se faziam as colunas: estas eram apenas superpostas, mas, apesar dos poucos meios disponíveis para o corte e polimento, se encaixavam com tal precisão que entre uma e outra não há como inserir uma agulha. A arquitetura grega tem no templo sua expressão maior e na coluna sua peculiaridade. A coluna marca a proporção e o estilo dos templos. De início, os gregos conheceram dois tipos de ordem (estilo) de colunas, a dórica e a jônica, e mais tarde acrescentaram a coríntia, derivada da jônica, com o capitel dotado de folhas de acanto. Na arquitetura do período geométrico, entre os anos 900 e 725 a.C., as casas são de plano irregular e os templos têm planta ora longa e estreita, ora quase quadrada, com uma coluna central (ou fila central de colunas) como arrimo.
Os modelos de terracota das construções de Argos deixam perceber um par de colunas ante uma pequena câmara retangular, sobre a qual se alteia um telhado pontiagudo. Os materiais de construção preferidos eram o tijolo cru e a madeira, com alguma utilização da pedra. A partir do século VI a.C., desenvolveram-se as ordens dórica e jônica, essencialmente gregas. O mais primitivo exemplo da ordem dórica vê-se no templo de Apolo, em Termo, na Etólia, e a ordem jônica nasceu no Egeu oriental, em cidades como Samos e Esmirna. O templo ganhou em amplitude e a utilização da pedra, sobretudo mármore, tornou-se cada vez mais freqüente. Relevos escultóricos passaram a adornar as construções, com motivos florais e figurativos, como no templo de Prínias.
Durante curto intervalo, praticou-se em Neandria e outros lugares o rebuscado capitel palmiforme de tipo eólico, de origem síria. Em Prínias, Deméter e Selino persiste um modelo de templo destituído de pórtico, que pressupõe origem mais antiga. Entre os anos 600 e 500 a.C. (período arcaico), os modelos esboçados no período anterior foram ampliados e elaborados com refinamento gradativo das proporções, enquanto os capitéis se tornaram mais elegantes e a ação escultórica dos frontões passou a integrar-se melhor na estrutura arquitetônica.
Ao mesmo tempo, a cor foi amplamente utilizada para vivificar o ornamento em pedra, geralmente mármore. O típico templo grego passou a obedecer então a um plano em que se sucedem um pórtico de acesso, a câmara principal com a imagem da divindade e, com freqüência, um aposento aos fundos. Uma colunata (peristilo) circunda o conjunto, coberto por um telhado reclinado. Duas filas de colunas dividem, às vezes, a cella (câmara reservada à divindade) numa nave central e duas alas laterais. Exemplos marcantes de templos dóricos arcaicos acham-se em Corfu, Termo, Selino, Sele, Pesto, Atenas, Cirene, Corinto, Súnio, Asso e Delfos. Entre os mais importantes templos jônicos do período citam-se os de Éfeso e Samos, ambos dípteros, ou seja, dotados de dupla colunata.

PERÍODO CLÁSSICO
Toda a arquitetura clássica produzida entre os anos 500 e 300 a.C., caracteriza-se por um senso absoluto de organicidade e equilíbrio, subordinando-se suas proporções à ordem matemática. Nessa época, que se estende do término do templo dos Alcmeônidas, em Delfos, ao início do "século de Péricles", quando se empreendeu o embelezamento da acrópole de Atenas, os esforços dos arquitetos concentraram-se particularmente no aperfeiçoamento da ordem dórica. As cidades e ilhas jônicas caíram em poder dos Persas, o que talvez explique a raridade dos templos jônicos na época. Em contraposição, os arquitetos esforçaram-se para harmonizar as relações entre os diversos elementos arquitetônicos e determinar módulos para a ordem dórica. A primeira grande construção dórica do período foi o templo de Zeus, em Olímpia, erguido segundo risco de Libão em 456 a.C.
Quando Atenas foi reconstruída, no governo de Péricles, concentraram-se na colina da Acrópole vários templos dóricos, dos quais o mais importante - que, na verdade, marcou o apogeu do estilo clássico - é o Pártenon, construído por Ictino e Calícrates e decorado com esculturas concebidas por Fídias. A partir de então, essa obra, com oito colunas de frente e 17 de cada lado, influenciou toda a arte e toda a arquitetura da Grécia, fornecendo-lhe um padrão em que se unem a concepção ideal da forma e das proporções humanas e um enfoque emocional sereno e despojado.
Os templos jônicos do período clássico, se perderam em amplitude quando comparados aos da época arcaica, superaram-nos em graça e pureza. As ordens dórica e jônica lançavam mão de motivos abstratos ou semi-abstratos para simbolizar a vida orgânica. Os arquitetos do período clássico tardio, ao contrário, preferiram traduzi-la mais literalmente e para tal fizeram uso de ornamentos inspirados no acanto e outras plantas. Surgiu assim a última ordem da arquitetura grega, a coríntia, anunciada no templo de Apolo, em Bassas, e que se fez popular a partir de 334 a.C. Em seguida, o estilo coríntio combinou-se ao dórico em muitos edifícios: aquele reservado para o interior, este para a fachada (templos de Atena, em Tégea, por Escopas). O fim do período clássico presenciou uma revitalização do estilo jônico, por influência do arquiteto Píteas (túmulo de Mausolo, em Halicarnasso), que abandonou a busca do refinamento em troca da monumentalidade.

PERÍODO HELENÍSTICO
Até a fase clássica, os arquitetos gregos encaravam cada construção como uma unidade completa em si mesma e, como tal, destacada das demais. No período helenístico (entre os anos 300 e 100 a.C.), tal tendência desapareceu e os arquitetos, acostumados a projetar novas cidades, buscaram o complexo arquitetônico, que realizaram em sítios como Cós, Pérgamo, Antioquia, Selêucia e Magnésia. Foi a época do desenvolvimento do urbanismo: os pórticos multiplicaram-se e as ruas cruzaram-se em ângulo reto, freqüentemente flanqueadas por colunatas. O plano das ágoras (praças) tornou-se regular, com construções consagradas às reuniões populares. Também nessa época o conjunto passou a ofuscar o detalhe, como se observa nos templos elaborados por Cossúcio (o de Zeus, em Atenas) e Hermógenes (o de Ártemis, na Magnésia), ou no grande altar de Pérgamo.
O interesse deslocou-se para os edifícios seculares ou semi-seculares, como deambulatórios (colunatas de Priene, Pérgamo e Atenas), assembléias (Mileto) ou bibliotecas (Pérgamo), sem falar nos palácios, vilas e residências. As residências do período helenístico são de proporções modestas, mas a partir do século III a.C. tornaram-se luxuosas. As peças são dispostas em torno de um pátio central com peristilo dórico, e decoração em pintura, estuque e mosaico. A construção dos teatros modificou-se: desapareceu o coro e o proscênio aumentou com uma parede de fundo decorada.
O contato com as arquiteturas não-helênicas (do Egito, Síria, Mesopotâmia) levou à produção de novos tipos arquitetônicos, com o que se enriqueceu o repertório ornamental. As ordens gregas atingiram a Pérsia e mesmo a Índia, fundindo-se em muitas ocasiões aos estilos locais. À ornamentação de cunho vegetal juntou-se, por necessidade rítmica, a de base animal, e não raro os ornamentos foram concebidos como réplicas realistas de objetos do culto (guirlandas, peças rituais). Na era cristã, a basílica helenística foi a mais usada até o século V. No início do século VI surgiu a igreja de cúpula e planta grega. Antes livre, a planta cruciforme passou a ser inserida em paredes retangulares, com muros externos octogonais. Seu apogeu verificou-se nos séculos XI e XII, com o uso de quatro cúpulas, uma em cada braço da cruz.

Santuário de Afaya em Aegina.
Os gregos foram os primeiros artistas realistas da história, ou seja, os primeiros a se preocupar em representar a natureza tal qual ela é. Para fazerem isso, foi fundamental o estudo das proporções, em cuja base se encontra a consagrada máxima segundo a qual o homem é a medida de todas as coisas. Podem-se distinguir quatro grandes períodos na evolução da arte grega: o geométrico (séculos IX e VII a.C.), o arcaico (VII e VI a.C.), o clássico (V e IV a.C.) e o helenístico (do século III ao I a.C.)
No chamado período geométrico, a arte se restrigiu à decoração de variados utensílios e ânforas. Esses objetos eram pintados com motivos circulares e semicirculares, dispostos simetricamente. A técnica aplicada nesse trabalho foi herdada das culturas cretense e micênica. Passado muito tempo, a partir do século VII a.C., durante o denominado perído arcaico, a arquitetura e a escultura experimentaram um notável desenvolvimento graças à influência dessas e outras culturas mediterrâneas.
Também pesaram o estudo e a medição do antigo megaron micênico, sala central dos palácios de Micenas a partir da qual concretizaram os estilos arquitetônicos do que seria o tradicional templo grego.
Entre os séculos V e IV a.C., a arte grega consolida suas formas definitivas. Na escultura, somou-se ao naturalismo e à proporção das figuras o conceito de dinamismo relfetido nas estátuas de atlestas como o Discóbolo de Miron e o Doríforo de Policleto. Na arquitetura, em contrapartida, o aperfeiçoamento da óptica (perspectiva) e a fusão equilibrada do estilo jônico e dórico trouxe como resultado o Partenon de Atenas, modelo clássico por excelência da arquitetura dessa época.
No século III, durante o período helenístico, a cultura grega se difunde, principalmente graças às conquistas e expansão de Alenxandre Magno, por toda a bacia do Mediterrâneo e Ásia Menor.
Não resta dúvida de que o templo foi um dos legados mais importantes da arte grega ao Ocidente, devendo suas origens ser procuradas no megaron miscênico, aposento de morfologia bastante simples, apesar de ser a acomodação principal do palácio do governante, sendo este, no princípio, o esquema que marcou os cânones da edificação grega.
Foi a partir do aperfeiçoamento dessa forma básica que se configurou o templo grego tal como o conhecemos hoje. No princípio, os materiais utilizados eram o adobe - para as paredes - e a madeira - para as colunas. Mas, a partir do século VII a.C. (período arcaico), eles foram caindo em desuso, sendo substituídos pela pedra. Essa inovação permitiu que fosse acrescentada uma nova fileira de colunas na parte externa (peristilo) da edificação, fazendo com que o templo obtivesse um ganho no que toca à monumentalidade. Surgiram então os primeiros estilos arquitetônicos: o dórico, ao sul, nas costas do Peloponeso, e o jônico, a leste.

Templo dórico

Templo jônico
Os templos dóricos eram em geral baixos e maciços. As grossas colunas que lhes davam sustentação não dispunham de base, e o fuste tinha forma acanelada. O capitel, em geral muito simples, terminava numa moldura convexa chamada de equino. As colunas davam suporte a um entablamento (sistema de cornijas) formado por uma arquitrave (parte inferior) e um friso de tríglifos (decoração acanelada) entremeado de métopas.
A construção jônica, de dimensões maiores, se apoiava numa fileira dupla de colunas, um pouco mais estilizadas, e apresentava igualmente um fuste acanelado e uma base sólida. O capitel culminava em duas colunas graciosas, e os frisos eram decorados em altos-relevos. Mais adiante, no período clássico (séculos V e IV a.C.), a arquitetura grega atingiu seu ponto máximo. Aos dois estilos já conhecidos veio se somar umoutro, o coríntio, que se caracterizava por umcapitel típico cuja extremidade era decorada por folhas de acanto.

Templo coríntio
As formas foram se estilizando ainda mais e acrescentou-se uma terceira fileira de colunas. O partenon de Atenas é a mais evidente ilustração desse brilhante período arquitetônico grego.
Na época da hegemonia helenística (século III a.C.), a construção, que conservou as formas básicas do período clássico, alcançou o ponto máximo de suntuosidade. As colunas de capitéis ricamente decorados sustentavam frisos trabalhados em relevo, exibindo uma elegância e um trabalho dificilmente superáveis.
No mundo grego, os estilos eram identificados de acordo com as ordens arquitetônicas que regulamentavam toda a obra dos artistas. A ordem dórica é expressa por uma coluna simples, com caneluras profundas, sem base e encimada por um capitel. A jônica é mais fina e graciosa, tem coluna canelada e capitel com volutas. A ordem coríntia, por sua vez, tem coluna bem canelada e capitel profusamente decorado com folhagens, o que o faz bastante diferente dos outros.
Ali, mas uma vez vemos como o vestuário se relaciona com as linhas da arquitetura. O peplo dórico (à esquerda), como a coluna do mesmo estilo, é sóbrio - severo até. O quitão jônico (à direita), ao contrário, apresenta-se bem mais leve e esguio - seguindo o estilo da coluna que caracteriza a respectiva ordem arquitetônica

Os gregos destacam-se na arquitetura artística por seu gênio criador, que pode ser admirado no Partenon de Atenas e em outros vestígios, até hoje.
Como os deuses gregos não estavam separados dos homens, assumiram suas feições. Por esse motivo, os templos eram construídos mais como moradia dos deuses que como lugar de adoração. Esculturas e pequenos modelos de argila datados de 1000 anos antes de Cristo mostram que os primeiros templos eram semelhantes às cabanas dos gregos.
Para chegar às construções de hoje, provavelmente, os gregos começavam por levantar uma coluna em honra de um deus ou acontecimento importante. Com o passar do tempo, foram capazes de descobrir a possibilidade de juntar três elementos e construir, daí surgiu o dólmen (em forma de mesa).
É atribuída grande importância ao dólmen, uma vez que ele é a base das construções praticadas pelos gregos. Desta maneira, foi possível a criação de grandes colunas, arcos, portas e janelas.
A existência de um pórtigo sobressalente (semelhante a uma varanda), na entrada das casas e templos, destinava-se a abrigar as estátuas dos deuses e proteger as multidões do tempo. Para a sustentação deste pórtico, surgiram as colunas, que mais tarde foram também motivo de decoração e embelezamento. As iniciais duas colunas de sustentação passaram a ser várias para demonstrar seu maravilhoso entalhe e desenhos. Com mais sustentação, poderia suportar um teto maior e criar grandes salas com vasto espaço.
Na construção dessas colunas, passou-se da madeira (perecível ao tempo), à pedra, em especial o mármore, que conservava os desenhos gregos nos templos.
Os mais importantes templos da antiga Grécia têm estilo dórico, que surgiu como substituição das colunas de madeira. Em função da necessidade de uso dessas colunas dóricas, fixam suas características: três grandes sulcos de cima a baixo, uma peça redonda e outra quadrada formando o topo para dar sustentação e evitar infiltrações. Mais tarde, surge o estilo coríntio, que passa a enfeitar com desenhos e elementos esculpidos a velha e tradicional coluna dórica. Os romanos adotaram esse tipo de coluna coríntia, rendendo-se à supremacia cultural grega.
Nada é arbitrário ou puramente decorativo na arquitetura grega. Em virtude do sistema de medidas, detalhes ganham dimensão e proporções fixas, criando a harmonia do conjunto. Foi no Partenon de Atenas que essa harmonia atingiu seu mais alto grau, tornando-o uma das maiores obras de arte de todos os tempos.

Partenon

Célebre templo, da ordem dórica, foi concluído em 438 a. C., por obra de Ictinos de Mileto e o escultor Fídias. Suas colunas distribuem-se em oito na frente e dezesseis de cada lado. Havia no templo uma estátua da deusa Atena. Era feita de ouro e marfim, sendo muito mais alta que um homem, daí sua imponência. Infelizmente, nada restou dessa estátua, além de modelos de argila que seus devotos guardam ou descrições de viajantes.

A arquitetura de adobe na Mesopotâmia

A arquitetura de adobe na Mesopotâmia
Civilização assentada em uma zona pantanosa entre os rios Tigre e Eufrates, suas primeiras habitações devem ter sido choças de juncos (planta pantanosa de regiões temperadas, caule cilíndrico, delgado e flexível), com esteiras para tapar buracos e para impermeabilização utilizavam substâncias betuminosas. Os povos mesopotâmicos também foram célebres trabalhadores de blocos de argila: adobes. A argila era encontrada em abundância para a fabricação de tijolos. Os adobes eram blocos prismáticos de barro seco ao sol de uns 35cm de comprimento. Era costume dispô-los ainda úmidos, de forma que, ao secarem, constituíssem blocos compactados. Por vezes, as paredes reforçavam-se com encadeados de madeira e tijolo. A partir do IV milênio costumava-se esmaltar a face externa dos tijolos para preservar as paredes de umidade. Raras vezes se utiliza a argamassa de cal para a fixação ou o betume. A escassez e a má qualidade da pedra que se tinha determinaram a sua pouca utilização como material de construção. A pedra e a madeira precisavam ser importadas.
As cidades eram planejadas com uma planta quadrada, e possuíam muralhas defensivas, resultado da necessidade e se evitar invasões e dominações por outros povos. As muralhas eram construídas com barro cru com 6 metros de espessura, estucadas e decoradas com cenas das vidas dos Reis. ZIGURATE: monumento sagrado. Eles dominavam a técnica dos tijolos esmaltados e relevos.
Os tijolos eram usados, na maioria das vezes, crus e de preferência úmidos, o que dava ao conjunto a solidez e aparência de um monobloco de argila. Era comum usar os tijolos crus servindo como embasamento (miolo) para depois ser revestido com tijolos cozidos. O betume, farto na Babilônia, também serviu como argamassa para os tijolos e para a impermeabilização das galerias de escoamento de águas pluviais; eram grandes mestres de drenagem. Com a intenção de manter tanto os cadáveres como os utensílios secos e conservados, instalaram tubos e manilhas, com forma de um hiperbolóide de revolução para aumentar a sua resistência. Na parte superior eram constituídos de calotas esféricas sobrepostas e perfuradas.
A pedra foi sempre para os povos antigos um material de luxo, que reservavam para a escultura, quer livre, quer incorporada à decoração arquitetônica. As paredes se levantavam sobre fundações de escassa profundidade. A espessura era variável. É muito característica a decoração das paredes com mosaicos, que são também usados para decorar o fuste dos pilares. Como suporte empregou-se a madeira (na maioria originária das palmeiras ou cedro) e mais tarde os pilares de tijolos. A madeira devia ser transportada e, tal como no Egito, era escassa; por isso foi raramente empregada nas construções.
As abóbadas: os babilônios foram verdadeiros mestres na construção das abóbadas. Com o objetivo de se reduzir os vãos a se vencer com a cobertura, existia a preocupação de ir se reduzindo a largura das galerias. Abobadas de berço: as paredes vão se aproximando aos poucos até restringir-se a uma linha, uma seqüência de tijolos chamados chaves de abóbada. Em todos os palácios haviam galerias de descarga de águas pluviais, cobertas por abóbadas de berço.
Segundo escavações, a construção dos templos remonta o IV milênio a.C. O modelo do templo é uma edificação quadrada formada por uma nave com câmaras laterais e capelas na cabeceira. A entrada na lateral impede que a imagem seja vista a partir da porta: sistema em cotovelo.
A idéia do recinto sagrado se desenvolve a partir do III milênio: o templo situado numa esplanada a que se acede por uma escadaria. Esse templo era denominado zigurate, uma pirâmide escalonada de vários pisos, que mantém um certo paralelismo com os teocalli mexicanos. A construção desse tipo de edificação também se faz pelo processo de empilhamento de pedra, muita das vezes feita sem a utilização de argamassa. Eram normalmente de planta retangular, com esplanadas superiores acessadas por conjuntos de escadas, com as paredes revestidas com tijolos coloridos e fortalecido com contra-fortes. Nas tumbas reais eram realizadas escavações de uma fossa profunda, em cujo fundo se fizeram as câmaras funerárias, com abobadas e cúpula, cobrindo-se com terra. Os primeiros agrupamentos das habitações sumérias formaram-se com casas organizadas como recintos retangulares, sem mais abertura do que a porta que dava para o pátio, centro da casa. Eram construções de adobe, às vezes reforçado com canas. Nestas construções, as canas - que foram o material estrutural utilizada primitivamente - curvaram-se para amarrá-las aos postes centrais, para os extremos adquirirem forma de voluta.
Os palácios: alguns deles, como o de Mesalim de Kish, constituíam uma verdadeira cidade. Era formado por dois corpos independentes de estreita planta retangular, coroados por amplas esplanadas em que se dispunham jardins, o que garantia certo grau de umidade, benéfico para melhorar a conservação dos adobes. Compreendia vários pátios com dependências anexas, para além de templos com zigurates. O habitual era que o palácio, como o santuário, constituísse um núcleo independente do casario, isolando-se dele por uma alta muralha. Esta organização passará ao mundo assírio e mais tarde ao bizantino e ao islâmico, mantendo-se o conceito de pequena cidade dominando a grande.
Nota-se um funcionalismo muito acentuado, sem a menor preocupação com a simetria. Os corredores tortuosos e a disposição confusa sempre indicam uma preocupação com ataques surpresa; defesa da casa e do proprietário.
PÉRSIA (Planalto do Iran): Ocupou um local abundante em pedra: o mármore de várias colorações. Utilizavam alvenaria de tijolos e pedra, coberturas em madeira (que vinham dos montes do Líbano através dos desertos da Síria, arrastados pelas planícies da Mesopotâmia em dezenas de carros). A pedra e o mármore eram utilizados nas colunas (tambores). A alvenaria de pedra possuía grandes peças com mais de 4 metros de comprimento, unidas uma à outra com grampos de ferro cravados e envoltos com chumbo. O emprego da abóbada e da cúpula pelos persas, estendeu-as até Constantinopla (Istambul) e fez surgir a estruturação da arquitetura bizantina. Os persas não tinham conhecimento da abóbada de arestas. Utilizavam a construção da cúpula esférica para os edifícios de planta octogonal.

Arte e arquitetura nas civilizações egípcias

Arte e arquitetura nas civilizações egípcias
O território egípcio pode ser dividido em Alto e Baixo Egito. É uma região de vales localizados sob um clima de poucas variações, temperado e de atmosfera seca e límpida, e assolada por um sol muito forte.
Se analisarmos o caráter das edificações da civilização egípcia percebemos que a construção simbolizava a recriação para o rei morto da vida que ele levava na terra. Elas tinham um caráter predominantemente funerário. As tumbas eram realizadas por motivos políticos e religiosos, antes mesmo das necessidades naturais de sobrevivência. Nos seus rituais de inumação, eles envolviam os corpos em esteiras e os colocavam com a cabeça orientada para o quadrante sul. (prescrições religiosas ao culto solar). A idéia primitiva da existência de uma divindade e de uma vida após a morte é um fator decisivo e marcante das obras de arquitetura egípcia. A idéia de reencarnação da alma irá condicionar todas as formas de desenvolvimento das construções. A exemplo dos símbolo da serpente que morde a própria calda, podemos encontrar símbolos diversos que trazem a idéias de vidas sucessivas sem princípio nem fim. As principais divindades eram retratadas na figura do Deus Sol (Rá = representado por um sol alado) e Horus (o sol nascente). A doutrina esotérica egípcia é baseada na ressurreição e no renascimento. Eram extremamente preocupados com a orientação solar das edificações: o que definia o posicionamento era fundamentado no conceito de "força vital" emanada pelo sol, que deveria continuar a ser captada pelo morto durante certos períodos do ano.
O processo de mumificação pode ser entendido como sendo responsável pela salvação da alma. Quanto aos edifícios funerários, podemos hierarquizá-los primeiramente nas pirâmides e depois nas mastabas.
Quanto aos métodos construtivos, as paredes e os muros eram inclinados em função da técnica do empilhamento. As principais construções acompanham o Vale do Nilo. Existia um predomínio da linha horizontais e desprezo pelas curvas. Eles nunca foram grande carpinteiros, evitavam o andaime e escoramentos devido à escassez e a má qualidade das madeiras da região. A pedra e a argila se impuseram definitivamente sobre a madeira, somente utilizadas nos andaimes. A pedra utilizada nos templos e nos túmulos era a pedra de grés ou calcária. nas residências, nos palácios e nas construções militares eram utilizados os tijolos de argila misturados com palha e secos ao sol. Os tijolos eram unidos por meio de argamassa de argila ou areia fina. Nunca foram cozidos, mas eram usados apenas depois de completamente secos. Os ângulos inclinados da alvenaria de tijolos eram conseguidos pelo assentamento escaliforme das unidades. Os egípcios evitavam a construção de andaimes. Nas grandes construções, como as pirâmides e certos templos, os andaimes eram substituídos por enormes rampas de terra ou tijolo que eram retiradas depois de pronta a obra. A pedra era aparelhada somente na parte que era visível, e usada em vários tamanhos conforme a necessidade estática. Às vezes utilizavam monolitos de mais de 70 toneladas. A alvenaria de pedra era do tipo "pedra seca". As fundações eram pouco profundas, repousando sobre um compacto leito de areia.
Os arquitetos egípcios solucionavam sérios problemas de estática com o emprego de tijolos de barro, na construção de abóbadas de berço ou cúpulas. Outro grande problema para eles era o esforço de flexão sobre as vigas de pedra. Uma solução encontrada foi o "falso engaste". A condição ideal era buscada através da colocação de uma grande carga distribuída sobre as vigas, na direção vertical das paredes onde elas se apoiavam. O engastamento reduz as flechas provenientes da flexão, o que se dá em virtude da anulação dos momentos negativos sobre os apoios. As coberturas dos edifícios eram planas e construídas com vigas de pedra dispostas horizontalmente e que se apoiavam em colunas. As colunas podiam ser monólitos ou constituídas de tambores monolíticos. A elevação e o transporte das grandes massas de pedra, eram feitos com o emprego de alavancas (ascensão) e de rampas (deslizamento). Os obeliscos eram transportados através do Nilo, presos a duas ou mais barcas, e mergulhados na água, o que reduzia consideravelmente o seu peso.
De todas as figuras geométricas, o triângulo foi o preferido do Vale do Nilo, seja pelo fato de ser um polígono indeformável, seja por ser "trino" (a trindade estava impressa em todos os princípios se sua doutrina religiosa) o fato é que eles empregaram largamente esta figura. Entre os triângulos, um lhes chamou particularmente a atenção: o que exibia em seus lados a relação três, quatro e cinco, e que era portanto um trilátero retângulo. Esta figura deve ter sido de grande importância, pois como sabemos, permite a construção fácil e exata de linha perpendiculares, até pelo emprego de uma simples corda. Na figura que se chama "regulador de proporções", o cateto menor tripartido simbolizava Osiris, a base com quatro divisões representava Isis e a hipotenusa fragmentada em cinco figurava Horus. O perfil das abóbadas de tijolo era desenhado a compasso, com três centros feitos sobre os três vértices de dois destes triângulos geminados. Outro triângulo retângulo possui a relação áurea - a hipotenusa e o menor cateto guardam entre si a relação 1,618. Antes dos gregos, os egípcios procuraram corrigir as ilusões de ótica, oriundas das grandes fachadas horizontais onde existe a repetição sistemática de elementos como por exemplo as colunas. Os gregos compensavam a flecha aparente por uma curva inversa, segundo um plano vertical, enquanto os egípcios a compensavam no sentido de um plano horizontal.
"Nenhuma arquitetura tem como esta a exata correspondência das massas, ninguém sabe talvez, melhor sacrificar a realidade para obter a aparência." Auguste Choisy
A arquitetura deste povo é inegavelmente única em relação às características plásticas. Nos túmulos e templos, ela ostenta um caráter eminentemente grandioso, monumental, rica, maciça e austera, com a predominância dos cheios sobre os vazados, e possuidora de uma simetria rígida, que se manifesta até na colocação dos monumentos exteriores ao prédio, como os obeliscos, esfinges, mastros e estátuas. Está perfeitamente enquadrada dentro da concepção estática da forma estabelecida por Lúcio Costa, na qual "a energia plástica do objeto, parece atraída por um suposto núcleo vital."
A pirâmide é um monumento tipicamente egípcio. Os seus primeiros exemplares eram escaliformes. Os mais importantes destes monumentos estão em Giseh, próximo do Cairo e foram erigidos durante a IV dinastia (3.733-3.566 AC) por três reis Cheops, Quefrem e Miquerinos. A preocupação de defender cada vez mais a múmia da profanação dos vivos, fez com que as primitivas mastabas se transformassem progressivamente nestes monumentos.
A Grande Pirâmide, a de Quéops possui originalmente cerca de cento e quarenta metros de altura e duzentos e trinta de lado e está com suas faces voltadas para os quatro pontos cardeais. Foram empregados, aproximadamente dois milhões e trezentos mil blocos de pedra na sua construção. Possui apenas estreitas galerias para o acesso às três câmaras funerárias e tubos ventiladores. A mastaba era um tipo de túmulo que copiava fielmente a casa de residência egípcia. Retangulares ou quadradas, eram todas muito sólidas. Possuem três câmaras, sendo a entrada da mortuária disfarçada. Os hipogeus são sepulcros escavados na rocha. Compõem-se de um pórtico que dá para a câmara de oferendas que por sua vez se liga a câmara mortuária. Os templos egípcios não eram utilizados para preces comuns ou rituais públicos, mas para rituais misteriosos e desfiles sacerdotais. Possuíam, geralmente, três partes distintas: um pátio parcialmente descoberto, repleto de colunas, uma ante-sala hipostila e o recinto sagrado, proibido ao povo.
O templo era uma obra longa. Sua construção levava às vezes centenas de anos para ser concluída. Outra característica marcante nos templos do Vale do Nilo era a sua policromia interior. Esses desenhos narravam de maneira singela a história do templo e dos deuses em homenagem aos quais ele tinha sido construído, a vida dos faraós e seus construtores, e das pessoas que colaboraram para a sua realização. Os obeliscos eram pilastras decorativas que serviam como marcos históricos. Compunham-se de um vasto monólito, prismático de base quadrangular, que se pode encontrar sempre aos par, nas entradas de alguns templos. A esfinge era uma estátua situada à entrada da Grande Pirâmide, e voltada para o oriente. É quase um monólito esculpido em pedra viva. As residências privadas eram de alvenaria de tijolos e teto plano com terraço; as janelas eram invariavelmente abertas para um pátio ou jardim interno. As defesas militares eram construídas em planaltos de quase vinte metros de altura. Eram edificados de tijolos crus e as suas paredes atingiam dez metros de espessura e eram dotadas de vigas e outros elementos estruturais embutidos na alvenaria.


William Wallace

William Wallace é certamente um herói para os escoceses, tanto que mereceu o filme CORAÇÃO VALENTE que bateu recordes de bilheteria com Mel Gibson no papel do protagonista, mas a maior parte dele parece ter nascida de lendas, sabe-se que ele...

nasceu em Elderlie, na Paróquia de Paisley. Seu pai era servo do Alto Administrador da Escócia, James Stewart e é possível que Wallace tenha recebido educação em Paisley Abbey, pois parece que sabia latim e francês, ele tinha tios sacerdotes e é provável que eles o tenham ensinado. Casou-se com Marian Braidfoot por volta de 1297 na igreja de St. Kentingern, em Lanark como foi retratado no filme Coração Valente, Marian (ou Murron) foi assassinada a mando do xerife inglês de Lanark, William de Hazelrig, em maio de 1297. Entretanto, parece que, na verdade, ela foi morta porque Wallace fez mais do que protegê-la de um ataque dos soldados ingleses, como foi mostrado no filme, Parece que ele já havia se revoltado contra os ingleses quando eles mataram Marian em represália como foi retratado no filme Coração Valente, Marian (ou Murron) foi assassinada a mando do xerife inglês de Lanark, William de Hazelrig, em maio de 1297, Ao mesmo tempo em que Wallace estava atacando Hazelrig, Andrew, Murray estava liderando um ataque contra os ingleses nas Highlands. Houve também outras rebeliões por todo o país naquela ocasião, a inquietação era devida à imposição de regras estritas aos escoceses depois que John Balliol, que esteve no trono da Escócia por um breve período, renunciou ao reinado. Edward I tinha o controle da Escócia, pois ela não tinha rei, e ele queria ter certeza de que os escoceses não se libertassem das suas mãos. Sob tal opressão, não foi surpresa que os escoceses reagissem, muitos deles, por serem pobres, usando como armas os implementos agrícolas. O imenso ato de rebelião de Wallace atraiu a atenção das pessoas comuns e também dos nobres escoceses, nenhum deles querendo se submeter aos grilhões de Edward I. Eles, inclusive James Stewart, Sir James Douglas e Robert the Bruce, aliados com Wallace e sob a tutela do Bispo de Glascow, Robert Wishart, prepararam-se para se libertar dos grilhões dos ingleses. Wallace e Murray ficaram chocados quando os nobres, que eram seus aliados, se renderam aos ingleses em nove de julho de 1297, em Irvine. Em resposta, os dois homens começaram a assumir o controle das forças rebeldes, que haviam se espalhado pelo país. Em agosto eles haviam consolidado os rebeldes em um só exército em Stirling, Em 11 de setembro de 1297 as forças inglesas foram reunidas ao redor do Castelo de Stirling, ao passo que os escoceses estavam no lado oposto do rio Forth, tudo o que os separava era uma ponte sobre o Forth. Por serem mal comandados pelos seus líderes, os ingleses caíram em uma armadilha ao cruzarem a ponte e foram massacrados pelos escoceses. Foi uma vitória incrível para Wallace e Murray, infelizmente, Murray foi mortalmente ferido durante a batalha e morreu pouco tempo depois. Wallace assumiu o controle dos rebeldes, mas é sabido que ele perdeu um companheiro insubstituível em Murray, ainda assim, Wallace liderou seus homens em um ataque mortal a County Durham, Inglaterra, em outubro e em novembro ele e seus homens retornaram para a Escócia para esperar o inverno rigoroso. Durante esse tempo, ele reconsolidou suas forças. Em março de 1298, Wallace foi feito cavaleiro, possivelmente pelo próprio Robert the Bruce, em Tor Wood e foi designado como Guardião da Escócia. O fato de um homem de seu meio ser designado para uma posição tão potencialmente poderosa, indicou o quanto ele era reverenciado pelos nobres, por seu papel em tentar libertar a Escócia, e como a liberdade era desejada pelos nobre escoceses. Não existem provas de que Wallace tenha jamais usado mal o poder que lhe foi dado pelos nobres. Em vez disso, ele o usou com o melhor de suas habilidades para reunir os cidadãos e os nobres ao seu redor para lutar contra os ingleses, isto é para seu crédito, pois muitos nobres poderiam não ter sido tão nobres na mesma posição, Wallace permaneceu firme e não desistiu do seu objetivo de liberdade para a Escócia. .Edward I e seus homens finalmente se dirigiram para a Escócia, em julho de 1298. Uma das táticas de Wallace era remover todos os animais e pessoas do caminho que os ingleses tomariam através da Escócia para encontrá-lo, Isso garantiria que os ingleses não encontrariam provisões nem informações ao viajarem para o norte, uma outra tática de Wallace era treinar seus homens para usar shiltrons os grupos de homens armados com lanças virados para todas as direções, formando uma defesa como a de um porco-espinho ou ouriço. No file não foram usados shiltrons verdadeiros, mas foram substituídos por lanças longas usadas para defesa contra a cavalaria pesada inglesa no entanto, os shiltrons haviam provado ser muito bem sucedidos em batalhas passadas, Wallace e seus homens aguardaram os ingleses, Infelizmente, o exército inglês era muito maior que o escocês e, a despeito dos melhores esforços de Wallace, os ingleses dizimaram os escoceses em Falkirk. O próprio Wallace mal escapou do campo com vida. Alguns historiadores acreditam que Robert the Bruce esteve envolvido no resgate de Wallace do campo de batalha, como foi mostrado no filme, mas outros colocam Bruce em Ayrshire, onde ele atacou o Castelo de Ayr, que estava sob ocupação inglesa de qualquer forma históricamente em ambos os casos Robert não estava ao lado do rei como mostra o filme Depois da horrível perda escocesa em Falkirk, Wallace renunciou como Guardião, embora não se saiba se ele o fez de vontade própria ou não, Robert the Bruce e seu primo John Comyn, the Red, foram indicados para substituí-lo naquela posição .Muito pouco se sabe sobre as atividades de Wallace depois da renúncia, até a sua captura e execução em 1304. Como foi retratado em Coração Valente, Wallace provavelmente liderou diversos ataques ao norte da Inglaterra. No entanto, o que não foi incluído no filme foi a possibilidade de Wallace ter ido para o continente para procurar ajuda de escandinavos, franceses e até do Papa. Uma carta de Philip IV foi enviada para Roma pedindo que Wallace recebesse a ajuda que fosse possível. Com base na data da carta, provavelmente Wallace estava em Roma em 1300. Os ataques à Inglaterra continuaram em 1303, a maioria deles executados no estilo de Wallace, embora não saibamos se ele era realmente um membro desses grupos atacantes, seu mentor ou apenas os inspirou, no entanto, essas incursões adicionais à Inglaterra serviram somente para enraivecer ainda mais Edward I, de maneira que ele concentrou seus esforços em encontrar Wallace. Com a ajuda dos muitos escoceses que o acreditavam herói, Wallace conseguiu iludir Edward, pelo menos por algum tempo mas Edward submeteu os nobres escoceses à submissão com tanta força que os dias de Wallace estavam contados embora nada seja sabido a respeito da verdadeira captura de Wallace perto de Glasgow, a não ser pelo fato de que ela foi realizada pelo escocês John Mentieth (ou, como dizem algumas fontes, pelo servo de Mentieth), sabemos que Wallace foi levado para Londres imediatamente, como é mostrado no filme, e chegou lá em 22 de agosto. Ele foi levado pelas ruas de Fenchurch na manhã seguinte, onde as multidões, da mesma forma que no filme, zombaram dele e lhe atiraram comida e pão podres pois os ingleses foram levados a acreditar que Wallace era um impiedoso fora-da-lei que havia morto ingleses inocentes e que deveria ser punido. No Westminster Hall, Wallace foi obrigado a ficar em uma plataforma e usar o que alguns acreditavam que era uma coroa de espinhos. Ele ficou diante de uma magistratura designada por Edward, curiosamente, uma das principais acusações contra ele era o assassinato do Xerife de Lanark, Hazelrig, oito anos antes, outra acusação era, naturalmente, traição, as acusações eram lidas e a sentença pronunciada, como era costume do dia, pois os marginais, estando fora da lei, não tinham direitos. Wallace não teve oportunidade de falar em sua própria defesa e a sentença foi executada imediatamente: Wallace foi amarrado com couro e arrastado por diversos quilômetros até Smithfield, depois, como é mostrado no filme, foi enforcado até ficar quase inconsciente e então amarrado a uma mesa, estripado e suas entranhas queimadas ainda presas a ele. Provavelmente foi também castrado. Finalmente, ele foi libertado do seu sofrimento inimaginável pela decapitação. Seu corpo foi esquartejado, os pedaços enviados para Newcastle-upon-Tyne, Berwick, Perth e Stirling. Sua cabeça foi colocada em um pique na Ponte de Londres para que todos a vissem, como advertência para outros possíveis traidores. As crenças de William Wallace são claras no que alguns dizem que era seu verso favorito, originalmente em latim: "Liberdade é a melhor de todas as coisas a ser conquistada, a verdade lhe digo então, nunca viva com os grilhões da escravidão, meu filho" E então foi no dia 3 de agosto de 1304 que Sir John Mentieth capturou William Wallace em algum lugar perto de Glasgow , Mentieth havia estado do lado da liberdade dos escoceses algum tempo antes, mas ficou ganancioso e sucumbiu a Edward I e como recompensa, ele foi feito xerife de Dumbarton. Embora não haja indicação de que Wallace estava a caminho para encontrar The Bruce quando foi traído, o filme foi preciso ao retratar a traição por um de seus próprios conterrâneos. Hoje podemos ver vários monumentos escoceses a seu herói: um no Castelo Edinburgh, a um lado da entrada (The Bruce ocupa o outro lado); um em Lanark, em um nicho acima da porta da atual igreja da paróquia de frente para a High Street, e o mais famoso, em Stirling, no National Wallace Monument. Wallace embora morto há sete séculos ainda vive na história e na imaginação da Escócia.


quarta-feira, 27 de abril de 2011

Animais Mitológicos - Quimera

Quimera

A figura mítica da quimera, oriunda da Anatólia e cujo tipo surgiu na Grécia durante o século VII a.C., sempre exerceu atração sobre a imaginação popular. De acordo com a versão mais difundida da lenda, a quimera era um monstruoso produto da união entre Equidna - metade mulher, metade serpente - e o gigantesco Tífon.
Outras lendas a fazem filha da hidra de Lerna e do leão de Neméia, que foram mortos por Hércules. Habitualmente era descrita com cabeça de leão, torso de cabra e parte posterior de dragão ou serpente.
Criada pelo rei de Cária, mais tarde assolaria este reino e o de Lícia com o fogo que vomitava incessantemente, até que o herói Belerofonte, montado no cavalo alado Pégaso, conseguiu matá-la. A representação plástica mais freqüente da quimera era a de um leão com uma cabeça de cabra em sua espádua. Essa foi também a mais comum na arte cristã medieval, que fez dela um símbolo do mal.
Com o passar do tempo, chamou-se genericamente quimera a todo monstro fantástico empregado na decoração arquitetônica. Em linguagem popular, o termo quimera alude a qualquer composição fantástica, absurda ou monstruosa, constituída de elementos disparatados ou incongruentes.

Quimera
Capaz de respirar fogo, era parte bode e parte leão, com cauda de cobra. Era filha dos monstros Tífon e Eqüidna. A Quimera era tratada como um espantoso animal de estimação pelo rei de Cária, mas escapou e instalou-se numa montanha da Lícia. Lá, aterrorizava a região até que o rei Iobates da Lícia ordenou a Belerofonte que matasse a criatura.

Quimera
A Chimera (Quimera), é um monstro grego raro com cabeça de leão, cauda de serpente, corpo de bode e rabo de dragão. Tem a metade frontal de um leão e três cabeças (uma de cada: Bode, Leão e Dragão). Feroz e sanguinária, ela é extremamente perigosa.

Animais Mitológicos - Pégaso

Pégaso

O cavalo comum é um símbolo tradicional do desejo carnal. Os centauros, metade homens, metade cavalos, são monstros que representam a identificação do ser humano aos instintos animalescos. O cavalo alado, ao contrário, é símbolo da sublimação e da imaginação criadora. Pégaso, segundo a mitologia grega, nasceu do sangue da Medusa, após ser esta decapitada por Perseu.
Atena domesticou o cavalo alado e ofereceu-o ao herói grego Belerofonte, para que combatesse a Quimera. Com ele, Belerofonte tentou aproximar-se do Olimpo, mas Zeus fez com que Pégaso corcoveasse, provocando a queda do cavaleiro, que morreu. Transformado em constelação, o cavalo passou desde então ao serviço de Zeus.
Pégaso vivia no Parnaso, no Hélicon, no Pindo e na Piéria, lugares freqüentados pelas Musas, filhas de Zeus e Mnemósine, e onde o cavalo alado costumava pastar. Com um de seus coices, fez nascer a fonte de Hipocrene, que se acreditava ser a fonte de inspiração dos poetas. Na literatura clássica há numerosas alusões às fontes de inspiração.
A história de Pégaso tornou-se um dos temas preferidos da literatura e das artes plásticas gregas.

Pégaso
Na mitologia grega, Pégaso era um cavalo com asas, filho de Poseidon, deus dos oceanos, e de Medusa, uma das terríveis górgonas (monstros com asas de ouro, cabelos de serpentes e dentes de javali).
Diz a lenda que o cavalo saiu do corpo de Medusa quando a monstra foi decapitada pelo herói Perseu (cruzes, que história!)
Pégaso está ligado às tempestades, à água, é ele quem traz o trovão e os raios. É também o símbolo da criatividade do espírito, dos poetas e da imaginação.
O herói Belerofonte capturou o cavalo enquanto ele bebia água de um poço. Para isso, usou um bridão de ouro, presente da deusa Atena (a capital da Grécia se chama Atenas em homenagem a essa deusa!).
Foi montado em Pégaso que Belerofonte conseguiu matar o horrível monstro Quimera. Mas, quando o herói tentou montar o cavalo de novo, ele corcoveou, atirou Belerofonte longe e subiu para os céus, onde virou uma constelação.
Procure um mapa do céu em um livro de Astronomia: você vai ver, lá, o conjunto de estrelas que forma o desenho de Pégaso, o cavalo alado.

Pégaso
Na mitologia grega era um cavalo alado, que segundo o mito nascido do sangue da Medusa, após ser esta decapitada por Perseu. Atena domesticou o cavalo alado e ofereceu-o ao herói grego, o arqueiro mitológico Belerofonte, para que combatesse a Quimera. Belerofonte tentou usá-lo para aproximar-se do Olimpo, mas Zeus fez com que ele corcoveasse e derrubasse seu cavaleiro, que morreu. Transformado em constelação, o cavalo passou desde então ao serviço de rei do Olimpo.
Com um de seus coices, fez nascer a fonte de Hipocrene, que se acreditava ser a fonte de inspiração dos poetas. Com o tempo suahistória tornou-se um dos temas preferidos da literatura e das artes plásticas gregas e sua figura destacou-se na literatura clássica com numerosas alusões às fontes de inspiração.

Animais Mitológicos - Minotauro

Minotauro

Chama-se Teseu o moço forte que acaba de dizer essas palavras resolutas a Egeu, o velho rei de Atenas.
O rei está triste. E com razão. Chegou o momento em que, como todos os anos, deve enviar a Creta sete rapazes e sete moças para servirem de comida ao Minotauro. Alguns anos atrás, Minos, rei dos cretenses, venceu uma guerra contra Atenas, e desde então, todo ano, catorze adolescentes atenienses partem para Creta num navio de vela negra, que sempre volta vazio. O Minotauro, monstro com cabeça de touro e corpo de homem, devora-os em seu covil, o Labirinto.
Cansado dessas mortes inúteis, Teseu resolve tomar o lugar de uma das vítimas e, se puder, matar a terrível criatura. Egeu acaba cedendo:
- Então, vá. Mas, se você voltar são e salvo, troque a vela negra do navio por uma branca. Assim, vendo o barco, eu já de longe fico sabendo que você está vivo.
Teseu promete obedecer ao pai e embarca para Creta.
Minos, em seu suntuoso palácio de Cnossos, recebe com amabilidade os catorze atenienses. Mas. comunica que no dia seguinte entrarão no Labirinto, no centro do qual vive Astérion, o Minotauro.
Durante toda a noite, Teseu esforça-se para tranqüilizar seus companheiros. De repente, anunciam ao jovem príncipe ateniense que alguém quer falar com ele. Muito surpreso, Teseu vê entrar uma bela moça, que ele já viu ao lado do trono de Minos. Ela lhe diz:
- Jovem estrangeiro, eu me chamo Ariadne e sou a filha do rei Minos. Quando vi seu ar decidido, compreendi que você veio para matar o Minotauro. Mas será que já pensou numa coisa? Mesmo que mate o monstro, nunca vai conseguir sair do Labirinto...
Teseu fica confuso, pois Ariadne tem razão. Ele não pensou nesse problema!
Percebendo o constrangimento do rapaz, ela acrescenta:
- Desde que o vi, fiquei interessada por você. Estou disposta a ajudá-lo se, depois, você se casar comigo e me levar para Atenas.
Assim fica combinado.
No dia seguinte, na entrada do Labirinto, Ariadne dá ao herói um novelo de um fio mágico, que lhe permite não só procurar o Minotauro mas também encontrar a saída.
Teseu encoraja os trêmulos companheiros, e todos penetram naquele lugar sinistro. O príncipe vai na frente, desenrolando com uma mão o fio, cuja extremidade fixou na soleira da porta de entrada. Dali a pouco, o grupo de jovens, confundido por corredores sempre idênticos, está completamente perdido no Labirinto.
Teseu, cauteloso, pára e vigia os mínimos esconderijos, sempre com a mão no punho da espada que Ariadne lhe deu.
Acordando de repente, o Minotauro salta mugindo sobre o rapaz. Mas o herói está alerta e, sem medo nem hesitação, abate de um só golpe o monstro.
Graças ao fio, que volta a enrolar no novelo, Teseu e seus companheiros saem do Labirinto. Ariadne joga-se nos braços do herói e abraça-o com paixão. Depois, ela conduz os atenienses ao porto. Antes de subir a bordo de seu navio, Teseu tem o cuidado de fazer furos nos cascos dos barcos cretenses mais próximos. Em seguida, embarca com Ariadne e seus amigos.
Quando fica sabendo do que aconteceu, o rei Minos enfurece-se e ordena à frota que impeça a fuga. Os navios que ainda estão em condições de navegar tentam bloquear o barco grego, e começa uma batalha naval. Mas, com o cair da noite, Teseu aproveita-se da escuridão e consegue escapar esgueirando-se entre as naus inimigas.
Alguns dias depois, o navio chega à ilha de Naxo. Teseu resolve fazer uma escala para reabastecimento. Vaidoso com a vitória, só tem um pensamento na cabeça: a glória que encontrará em Atenas. Imaginando sua volta triunfal, os gritos de alegria e de reconhecimento da multidão que virá aclamá-lo, apressa-se em partir. Dá ordem de levantar âncora, esquecendo Ariadne, que fica adormecida na praia.
Quando desperta, a princesa vê o navio já ao longe, quase desaparecendo no horizonte. Só lhe resta lamentar sua triste sina. Mas felizmente o deus Dioniso passa por ali e sabe consolá-la muito bem.
Enquanto isso, Teseu aproxima-se de Atenas. Está tão entretido com seus sonhos de glória que também esquece de, conforme prometeu ao pai, trocar a vela negra por uma branca.
Desde a partida do filho, o velho Egeu não teve um único momento de repouso. Todos os dias, subia à Acrópole e ficava olhando as ondas, esperando avistar o navio com a vela branca. Pobre Egeu! Quando o barco enfim aparece, está com a vela preta. Certo de que Teseu está morto, o rei desespera-se e quer morrer também. Joga-se ao mar e afoga-se. Por isso, desde esse tempo o grande mar que banha a Grécia chama-se mar Egeu.
Sem saber do suicídio do pai, Teseu desembarca, radiante de felicidade. Sua alma entristece-se quando fica sabendo da trágica notícia. Culpando-se amargamente por sua irresponsabilidade, começa a chorar. Apesar da triunfal acolhida que Atenas lhe dá, ele fica de luto.
Depois, porém, compreende que não deve lamentar seu ato de heroísmo. Já que subiu ao trono, só lhe resta ser um bom soberano. É o que tenta fazer, sempre reinando com grande respeito pelas leis e garantindo o bem-estar de seu povo. Sob seu sábio governo, a Grécia conhece a paz. E Atenas, a prosperidade.

Minotauro
Esta criatura tinha corpo de homen e cabeça de touro e era o resultado da delirante união de Pasífae, rainha de Creta, com um touro branco. Os cretenses denominavam- no Minotauro, o que quer dizer touro filho do rei Minos.
Este ser estava preso num labirinto sob o Palácio de Cnossos e, como só se alimentava de carne humana, todos os anos eram enviados sete rapazes e sete raparigas para o satisfazerem.
O Minotauro acabou por ser morto por Teseu, que encontrou a saída do labirinto, desenrolando uma meada de fio que Ariadne, a filha do rei lhe tinha dado.

Minotauro
Na mitologia grega, o minotauro era um monstro com cabeça de touro e corpo de homem. Era filho de Pasífae, rainha de Creta, e de um touro branco. Vivia em um labirinto construído pelo arquitecto Dédalo. O herói grego Teseu foi quem conseguiu matá-lo.

Animais Mitológicos - Medusa

Medusa

Medusa tinha poderes tão extraordinários que mesmo morta podia petrificar quem olhasse para sua cabeça. Uma mecha de seu cabelo afugentava qualquer exército invasor e seu sangue tinha o dom de matar e ressuscitar pessoas. Personagem da mitologia grega, Medusa era uma das três Górgonas, filhas das divindades marinhas Fórcis e Ceto.
Ao contrário de suas irmãs, Esteno e Euríale, Medusa era mortal. Temidas pelos homens e pelos deuses, as três habitavam o extremo Ocidente, junto ao país das Hespérides. Tinham serpentes em vez de cabelos, presas pontiagudas, mãos de bronze e asas de ouro. Perseu foi encarregado por Polidectes de decepar a cabeça da Medusa.
Para isso, o herói muniu-se de objetos mágicos, como sandálias aladas, para pairar acima dos monstros, e o escudo de bronze, cujo reflexo permitiu neutralizar o olhar petrificante. Com a espada dada pelo deus Hermes, Perseu decapitou Medusa e recolheu sua cabeça, que foi posta no escudo de Atena como proteção contra os inimigos.

Medusa
De acordo com o estudioso alexandrino Apolodoro, Perseu, o lendário fundador de Micenas, nunca teria nascido se seu avô tivesse conseguido seu intento. Acrísio, rei de Argos, era pai de uma linda filha, Dânae, mas estava desapontado por não ter um filho. Quando consultou o oráculo sobre a ausência de um herdeiro homem, recebeu a informação que não geraria um filho, mas com o passar do tempo teria um neto, cujo destino era matar o avô.
Acrísio tomou medidas extremas para fugir deste destino. Trancou Dânae no topo de uma torre de bronze, e lá permaneceu numa total reclusão até o dia em que foi visitada por Zeus na forma de uma chuva de ouro; assim deu à luz a Perseu.
Acrísio ficou furioso, mas ainda achava que seu destino poderia ser evitado. Fez seu carpinteiro construir uma grande arca, dentro da qual Dânae foi forçada a entrar com seu bebê, sendo levados para o mar. Entretanto, conseguiram sobreviver às ondas, e após uma cansativa jornada a arca foi jogada nas praias de Sérifo, uma das ilhas das Ciclades. Dânae e Perseu foram encontrados e cuidados por um honesto pescador, Dictis, irmão do menos escrupuloso rei de Sérifo, Polidectes.
Com o passar do tempo, Polidectes apaixonou-se por Dânae, mas enquanto crescia Perseu protegeu ciumentamente sua mãe dos indesejados avanços do rei. Um dia, durante um banquete, Polidectes perguntou a seus convidados que presente cada um estava preparado a oferecer-lhe. Todos os outros prometeram cavalos, mas Perseu ofereceu-se a trazer a cabeça da górgone. Quando Polidectes o fez cumprir sua palavra, Perseu foi forçado a honrar sua oferta.
As górgones eram em número de três, monstruosas criaturas aladas com cabelos de serpentes; duas eram imortais mas a terceira, Medusa, era mortal e assim potencialmente vulnerável; a dificuldade era que qualquer um que a olhasse se transformaria em pedra. Felizmente, Hermes veio em sua ajuda, e mostrou a Perseu o caminho das Gréias, três velhas irmãs que compartilhavam um olho e um dente entre si. Instruído por Hermes, Perseu conseguiu se apoderar do olho e do dente, recusando-se a devolvê-los até que as Gréias mostrassem o caminho até as Ninfas, que lhe forneceriam os equipamentos que necessitava para lidar com Medusa.
As Ninfas prestimosamente forneceram uma capa de escuridão que permitiria a Perseu pegar a Medusa de surpresa, botas aladas para facilitar sua fuga e uma bolsa especial para colocar a cabeça imediatamente após a ter decepado. Hermes sacou uma faca em forma de foice, e assim Perseu seguiu completamente equipado para encontrar Medusa. Com a ajuda de Atena, que segurou um espelho de bronze no qual podia ver a imagem da górgone, ao invés de olhar diretamente para sua terrível face, conseguiu finalmente despachá-la. Acomodando a cabeça de modo seguro na sua bolsa, retornou rapidamente a Sérifo, auxiliado por suas botas aladas.
Ao sobrevoar a costa da Etiópia, Perseu viu abaixo uma linda princesa atada numa rocha. Esta era Andrômeda, cuja fútil mãe Cassiopéia tinha incorrido na ira de Posídon ao espalhar que era mais bonita do que as filhas do deus do mar Nereu. Para puni-la, Posídon enviou um monstro marinho para devastar o reino; apenas poderia ser parado se recebesse a oferenda da filha da rainha, Andrômeda, que foi assim colocada na orla marítima para esperar o terrível destino.
Perseu apaixonou-se imediatamente, matou o monstro marinho e libertou a princesa. Os pais dela, em júbilo, ofereceram Andrômeda como esposa a Perseu, e os dois seguiram na jornada para Sérifo. Polidectes não acreditava que Perseu pudesse retornar, e deve ter sido bastante gratificante para Perseu observar o tirano ficar lentamente petrificado sob o olhar da cabeça da górgone. Perseu deu então a cabeça a Atena, que a fixou como um emblema no centro de seu protetor peitoral.
Perseu, Dânae e Andrômeda seguiram então juntos para Argos, onde esperavam se reconciliar com o velho rei Acrísio. Mas quando Acrísio soube desta vinda, fugiu da presença ameaçadora de seu neto, indo para a Tessália, onde, não conhecendo um ao outro, Acrísio e Perseu acabaram se encontrando nos jogos fúnebres do rei de Larissa. Aqui a previsão do oráculo que Acrísio temia se realizou, pois Perseu atirou um disco, o qual se desviou do curso e atingiu Acrísio enquanto estava entre os espectadores, matando-o instantaneamente.
Perseu com sensibilidade decidiu que não seria muito popular voltar a Argos e reivindicar o trono de Acrísio logo após tê-lo morto; assim, ao invés, fez uma troca de reinos com seu primo Megapentes. Megapentes se dirigiu a Argos enquanto Perseu governou Tirinto, onde é considerado como responsável pelas fortificações de Midéia e Micenas.


Medusa, ser terrível, embora monstro, é considerada pelos gregos uma das divindades primordiais, pertencente a geração pré - olímpica. Só depois é tida como vítima da vingança de uma deusa. Uma das três górgonas, é a única que é mortal. Três irmãs monstruosas que possuíam cabeça com cabelos em forma de serpentes venenosas, presas de javali, mãos de bronze e asas de ouro. Seu olhar transformava em pedra aqueles que a fitavam. Como suas irmãs, Medusa representava as perversões.
Euríale, simbolizava o instinto sexual pervertido, Ésteno a perversão social e Medusa a pulsão evolutiva, a necessidade de crescer e evoluir, estagnada. Medusa também é símbolo da mulher rejeitada, e por sua rejeição incapaz de amar e ser amada, odeia os homens nas figura do deus que a viola e abandona e as mulheres, pelo fato de ter deixado de ser mulher bela para ser monstro por culpa de um homem e de uma deusa. Medusa é a própria infelicidade`, seus filhos não são humanos, nem deuses, são monstros. Górgona, apavorante, terrível.
O mito de Medusa tem várias versões, mas os pontos principais refletem estas características acima. Como Midas ela não pode facilitar a proximidade, um transformava tudo em ouro com apenas um toque, ela é mais solitária mais trágica, não pode sequer olhar, pois tudo o que olha vira pedra, Medusa tira a vida, o movimento com um simples olhar, também não pode ser vista de frente, não se pode ter idéia de como ela é sem ficar paralisado, morrer.
Diz o mito que outrora Medusa fora uma belíssima donzela, orgulhosa de sua beleza, principalmente dos seus cabelos, que resolveu disputar o amor de Zeus com Minerva.
Esta enraivecida transformou-a em monstro, com cabelos de serpente. Outra versão diz que Zeus a teria seqüestrado e violado no interior do templo de Minerva e esta mesmo sabendo que Zeus a abandonara, não perdoou tal ofensa, e o fim é o mesmo. Medusa é morta por Perseu, que também foi rejeitado e com sua mãe Danae trancado em uma arca e atirado ao mar, de onde foi resgatado por um pescador que os levou ao rei Polidectes que o criou com sabedoria e bondade.
Quando Perseu ficou homem, Polidectes enviou-o para a trágica missão de destruir Medusa. Para isto receberia o auxílio dos deuses. Usando sandálias aladas pode pairar sobre as górgonas que dormiam. Usando um escudo mágico de metal polido, refletiu a imagem de Medusa como num espelho e decapitou-a com a espada de Hermes.
Do pescoço ensangüentado de Medusa saíram dois seres que foram gerados do conúbio com Poseidon. O gigante Crisaor e o cavalo Pégaso. O sangue que escorreu de Medusa foi recolhido por Perseu. Da veia esquerda saia um poderoso veneno, da veia direita um remédio capaz de ressuscitar os mortos. Ironicamente, trazia dentro de si o remédio da vida, mas sempre usou o veneno da morte.
" Três irmãs, três monstros, a cabeça aureolada de serpentes venenosas, presas de javalis, mãos de bronze asas de ouro: Medusa, Ésteno e Euríale. São símbolos do inimigo e se tem que combater. As deformações monstruosas da psiqué, consoante Chevalier e Gheebrant ( Dictionnaire des Symboles, Paris Robert Laffont, Júpiter, 1982) se devem as forças pervertidas das três pulsões: sociabilidade, sexualidade, espiritualidade" .(Brandão, ed. Vozes 1987).
Tenho observado em pacientes em terapia, alguns processos que remetem ao mito de Medusa. Estes relatam um sofrimento imenso devido a dificuldades em perceber a própria imagem. Quem sou eu?
A grande pergunta para qual toda a humanidade busca respostas. Para estas pessoas, como se tivessem uma imagem invertida refletida no espelho, a pergunta é o que eu não sou. Incapazes de mostrar uma imagem positiva, como os filhos monstros de Medusa, erram pela vida alinhando possibilidades para construir sua monstruosidade.
Estes filhos de Medusa, embora filhos de um deus, herdam da mãe a figura monstruosa a que se viu presa a bela Medusa. A duplicidade da Mãe os acompanha. Pégaso unido ao homem é o Centauro, monstro identificado com os instintos animalescos. Mas tambem é fonte, como seu nome simboliza, alado , é fonte de da imaginação criadora sublimada e sua elevação.
Temos em Pégaso os dois sentidos ,a fonte e as asas. Símbolo da inspiração poética representa a fecundidade e a criatividade espiritual. Pégaso talvez represente o lado belo de Medusa, que ficou escondido, que não podia ser visto, pois como vimos ela representava a pulsão espiritual estagnada. Pégaso é a espiritualidade em movimento. Crisaor é apenas um monstro, pai de outros monstros Gerião de três cabeças e Équidna. Équidina herda da avó o destino trágico. Seu corpo metade mulher, de lindas faces e belos olhos, tem na outra metade uma enorme serpente malhada, cruel . É a bela mulher de gênio violento. Incapaz de amar, devoradora de homens. Uma reedição de Medusa. Continuará a saga ancestral de odiar os homens e gerar monstros.
Com uma imagem distorcida, como dizíamos anteriormente, estes "filhos de Medusa" não podem ver-se a si mesmos como são, e sempre imaginam bem piores até mesmo do que poderiam ser.
Alguns autores como Melanie Klein e Alexander Lowen falam que a imagem de si se origina do olhar da mãe. A forma como a criança é olhada, é vista, o que ela percebe de rejeição ou aprovação é captado no olhar da mãe.
Os tristes filhos de Medusa não podem vê-la, tambem não podem ser vistos por ela. Esta mãe de mãos de bronze não pode acariciar, seu olhar paralisa, seus dentes de javali impedem que beije, mas quando poderia ser atingida pelo filho ela se torna divina, tem asas de ouro, é um alvo móvel. Medusa incorpora para estas personalidades de estrutura depressiva o mito da mãe divina, vista pelo seu filho como a santa mãe, não gera filhos felizes, apenas trágicos. Não pode ser mulher, é santa. A princípio como Jocasta, depositária da paixão do filho, Medusa não o ama, fazendo-o sentir-se torpr e culpado pelo seu amor incestuoso. Como recurso ele a santifica para continuar amando-a e justificando a sua rejeição como forma de protege-lo da sua própria torpeza.
Desprovida como santa de instinto sexual, não pode falar ao seu filho da sexualidade feminina, não pode dizer-lhe o que é uma mulher. Inacessível como santa, torna-se monstro. Monstro que é percebido pelo filho mas que se nega a ser visto como é. Medusa não olha, não acaricia, não orienta. Paralisa. Não é por acaso que o sentimento da depressão é a inércia, a perda da vitalidade. Como se tivessem transformados em pedra pelo olhar da mãe os filhos de Medusa erram pela vida sem espelhos que traduzam sua imagem. São monstros cuja criatividade afogada na pedra de suas almas precisa ser libertada. Precisam encontrar um espelho e que lhes diga quem são ou pelo menos quem não podem ser.
No trabalho terapêutico de pacientes com depressão, tenho observado que há uma enorme dificuldade em perceber a figura materna. Ela é idealizada a partir de perfis culturais que parecem não poder ser questionados. Frases como: "qual a mãe que não ama seus filhos?" ou "toda mãe é uma santa" traduzem a situação que impede a visão do real. São pessoas desprovidas de afeto, mas com uma enorme necessidade de carinho, que no entanto não suportam proximidade, de uma vez que não confiam em ninguém, pois não acreditam que podem ser amados. Sentem se monstros. Alguns mais adiante no processo chegam a perceber nitidamente que não foram amados, mas como se esquivando de perceber a profundidade dessa dor negam afirmando que isto é normal, diante da sua torpeza. Falam de mães ocupadas, falam de mães vaidosas ressentidas da perda da beleza com o nascimento do filho. Mas essas referências são quase superficiais.
Quando conseguem se aproximar da visão real dessa mãe de garras e mãos de bronze os sintomas se multiplicam, aumenta a depressão e com esta a paralisia, a inércia. Podem passar vários dias deitados, sem trabalhar ou realizar um mínimo de esforço. Ver Medusa é petrificar-se. Muitos desenvolvem sintomas de dor de cabeça, medo de doenças fatais como câncer, AIDS (doenças ligadas a amputação, decapitação, ao sangue, a sexualidade e sintomas de castração).
As fantasias de autopunição se multiplicam, relatam possibilidades de acidentes de automóvel ou com armas de fogo. Tem fantasias de traição com amigos ou companheiras. São pessoas trágicas. Todos relatam uma ausência de alegria, mesmo quando estão em ambientes alegres. Uma profunda inveja do prazer do outro os assola. Muitos perseguem a fantasia de resolver a falta com postos de poder e dinheiro. Aumenta a dor. O poder que tanto ansiaram ou o dinheiro que tudo resolveria aumentam a profundidade do abismo. Ter tudo e não sentir-se nada é muito mais terrível. O abismo se abre cada vez mais como as entranhas da mãe monstruosa. Restam- lhes fantasias suicidas. É preferível morrer a sentir-se monstro. Muitos realizam esta fantasia como ultima tentativa de atingir Medusa. Mas ela nada sentirá, seu ódio pelo homem que a violou transmite-se ao filho que gerou. Sua pior inimiga Minerva ( a deusa da inteligência), deixa-lhe como legado o ódio às mulheres.
Não pode dizer ao filho como lidar com elas, como gerar com elas novos filhos, amados ,sadios. Sua descendência, embora não precise ser deverá ser de monstros gerando outros monstros. Fala-se da hereditariedade da depressão. Penso que se houver é muito mais transmitida em gestos e pelo ambiente trágico e desprovido de prazer, em que estas novas crianças nascerão. Os filhos de Medusa não podem ter mulheres amorosas, isto a denunciaria. Raramente, quando encontram estas mulheres não podem confiar nelas e abortam assim a possibilidade de obter o amor que os revitalizaria.
Mas, apesar das dificuldades e das fantasias autopunitivas, Medusa pode ser vista. Através do espelho do terapeuta e deste como espelho, a figura de medusa pode ser vista. Se a relação terapêutica se dá de forma transferencial, amorosa, confiante, o espelho refletirá imagem de Medusa, como ela é. Incapaz de amar, cruel e terrível, górgona, apavorante. Como resultado o filho descobrirá que o monstro é ela, não ele. Da morte dela resulta sua vida, e como Pégaso ele ganha os céus, liberto, simbolizando a vitória da inteligência e sua união com a espiritualidade, a sensibilidade que sempre existiu naquele que se julgava o monstro. Como Pégaso, se não se aferrar ao seu aspecto de humano comum, em revoltas descabidas e em vinganças inúteis poderá compreender a tragédia de Medusa e perdoa-la. Não se transformará no monstro Centauro, identificado com o instintos animalescos e a sexualidade desregrada. Se incorporar Centauro errará pela vida sem pertencer a ninguém. Homem de muitas mulheres, mas sem nenhuma. Será monstro preso a sua mãe monstruosa. Incapaz de amar como ela. Se assumir sua condição de Pégaso, será fonte, de todas as belezas, da mais pura elevação, da criatividade, da fidelidade. Não é por acaso que Pégaso simboliza a Poesia.
As filhas de Medusa também apresentam como ela a impossibilidade de ser amada. São mulheres tristes de trágica figura, mesmo quando belas. Condenadas a serem crianças eternas presas as entranhas da mãe, não podem deixar de ser filhas-monstro, a não ser para poderem ser mães- monstro. Filhas da violação e do abandono (é assim que Medusa transmite a elas sua relação com os homens) são mulheres-meninas, incapazes de perceber o homem a não ser como brinquedo, ou como fonte de sofrimento. Unem-se quase sempre a homens cruéis que possam justificar a idéia da mãe da impossibilidade de ser feliz com um homem. Quando raramente encontram o amor, destroem-no destruindo o homem amado, como faz no mito Équidna, legítima herdeira de Medusa.. Mulheres de amores infelizes, herdam de Medusa as garras, as mãos de bronze, e as asas de ouro. Vítimas de novos abandonos reforçam em cada experiência infeliz a idéia da mãe.
Também possuem o olhar terrível. Das uniões infelizes geram filhos infelizes que carregam presos a si mesmas não por amor, mas pelo terror que podem gerar. Novas medusas. Se pela procura puderem chegar ao espelho, podem ser deusas, podem ser Pégasos, ou até mesmo Poesia uma das Musas; se não seguirão seus destinos de mulheres- crianças gerando filhos que não podem amar e que no máximo lhes servem de brinquedo para suas brincadeiras cruéis de paralisar e aterrorizar pessoas. Seguem a saga de Medusa. Mulher que se torna monstro, pelo descuido de homem, pela crueldade de uma deusa.
Mas e as mulheres Medusa? O que lhes resta?
O próprio mito nos mostra.
Perseu filho de Danae, mãe amorosa, que segue seu filho no destino que lhes foi dado pelo pai terrível que ouviu de um mago que seria assassinado pelo neto. Trancados em uma arca atirados ao mar são salvos por Poseidon que os encaminha a uma praia tranqüila onde são recolhidos por um pescador e levados ao rei Polidectis, que o educa amorosamente como filho. Perseu é filho de mãe amorosa, que tudo perde para seguir seu filho. Que abandonada por um homem, o próprio pai, atirada à morte por ele não transforma isto em ódio a masculinidade. Perseu também. Seu abandono pelo avô e pelo pai que não o salva, é no entanto criado por um pai amoroso. Perseu e Danae o oposto de Medusa. Não permitiram que sua desgraça se transformasse em ressentimento para com a humanidade. Foram alcançados e salvos pelo amor humano. Ao contrário de Medusa, da qual ninguém pode se aproximar. Somente Perseu poderia destruir Medusa, ele pode ser visto exatamente como seu contrario no espelho, ela mulher, ele homem, ela ressentida, ele perdoando, ela sem possibilidade de resgate, ele salvo pelo amor da mãe que o acompanha, pelo cuidado de um deus e pelo amor de uma pai-rei. Tudo o que faltou a Medusa que precisa ser vista, no espelho, para poder ser destruída e libertar Pégaso. Medusa tem que ser compreendida alem do seu aspecto monstro, como mulher-criança, frívola, presa a beleza passageira, desafiando a grande deusa, a inteligência a quem desafia e a quem odeia. Para depois de morta servir a ela, Minerva, mesmo que seja como esfinge no seu escudo. Guiado pela inteligência e sabedoria de Minerva, que corrige o seu erro de ter criado um monstro, o olhar de Medusa agora é útil, tem aplicabilidade, destroi o inimigo. Já não mata os que ama.
Se a transferência não se realiza, se a relação terapêutica não se faz, e disse alguém que a terapia é uma função de amor, os filhos de Medusa verão no terapeuta a imagem dela e fugirão. Tudo estará perdido, o amor não poderá realizar seu resgate, e Medusa permanecerá eternamente viva destruindo e paralisando até que se destrua ou destrua seus filhos.

Medusa

Na mitologia grega, Medusa era a única mortal das três irmãs Górgonas.
As górgonas eram Medusa, Esteno e Euríale. Era filha de Fórcis e Ceto (sendo ambos divindades marinhas). Com o aspecto de uma bela mulher, mas que possuía serpentes no lugar de seus cabelos e transformava em pedra quem olhasse diretamente em seus olhos. Perseu foi o responsável pela sua morte, decapitando-a.

Animais Mitológicos - HARPIAS

HARPIAS

Representadas ora como mulheres sedutoras, ora como horríveis monstrRepresentadas ora como mulheres sedutoras, ora como horríveis monstros, as Harpias traduzem as paixões obsessivas bem como o remorso que se segue a sua satisfação.
Na mitologia grega, as Harpias (do grego hárpyia, "arrebatadora") eram filhas de Taumas e Electra e, portanto, anteriores aos olímpicos.
Procuravam sempre raptar o corpo dos mortos, para usufruir de seu amor. Por isso, aparecem sempre representadas nos túmulos, como se estivessem à espera do morto, sobretudo quando jovem, para arrebatá-lo.
Parcelas diabólicas das energias cósmicas, representam a provocação dos vícios e das maldades, e só podem ser afugentadas pelo sopro do espírito.
A princípio duas - Aelo (a borrasca) e Ocípite (a rápida no vôo) - passaram depois a três com Celeno (a obscura).
O mito principal das Harpias relaciona-se ao rei da Trácia, Fineu, sobre quem pesava a seguinte maldição: tudo que fosse colocado a sua frente, sobretudo iguarias, seria carregado pelas Harpias, que inutilizavam com seus excrementos o que não pudessem carregar.
Perseguidas pelos argonautas, a pedido de Fineu, obtiveram em troca da vida a promessa de não mais atormentá-lo.
A partir de então, refugiaram-se numa caverna da ilha de Creta.
Fonte: www.nomismatike.hpg.ig.com.br
Harpias

A construção das colossais muralhas das antigas cidades micênicas foi uma das muitas façanhas atribuídas aos ciclopes pela mitologia grega.
Segundo as lendas e obras épicas da antiga Grécia, os ciclopes eram gigantes monstruosos, de força descomunal, que possuíam apenas um olho no meio da testa. Para Hesíodo os ciclopes eram três, filhos de Urano, o céu, e de Gaia, a terra.
Chamados Brontes, Estéropes e Arges, forjaram os raios para Zeus e o ajudaram a derrotar seu pai, Cronos.
Homero os descreveu na Odisséia como filhos de Posêidon, deus das águas, pertencentes a uma raça de pastores selvagens que habitavam a longínqua ilha de Trinacria, provavelmente a Sicília.
Para escapar com vida da fúria dos monstros, Ulisses cegou seu chefe, Polifemo.
Outros autores, inspirados em Hesíodo, relatam que os ciclopes trabalharam como ferreiros para Hefesto. Habitavam o monte Etna e as profundezas vulcânicas e realizaram importantes trabalhos para os deuses, como o capacete de Hades e o tridente de Posêidon.
Também se atribuía a eles o controle dos fenômenos atmosféricos, a erupção dos vulcões e a edificação de construções gigantescas irrealizáveis por homens comuns.
Segundo uma das lendas, foram todos mortos por Apolo.

AS HARPIAS TÊM TANTA SEDE

Foi exatamente o que ele sussurrou, instantes após haver ditado o que em tese seriam as últimas palavras - as que ficariam para a História - na presença de quatro ou cinco. E só então expirou. Adivinharia ele minha impressão de que o crepitar do fogo na lareira lembra asas de harpias luminescentes se debatendo, disputando qual fica por mais tempo prendendo nossos olhos - e, à medida que umas vencem, as derrotadas definham e se recolhem como que desistindo e pousando; assim restará apenas uma harpia, brandido seus esvoaçantes membros azul-alaranjados e levando nossos olhos no vôo de vencedora, já que neste momento nossa vista está absorta e entregue àquele crepitar? Sim, precisamos nos beliscar, nos estapear para que nossos olhos não sejam arrebatados pelo bater de asas, pois enquanto chama houver ficamos de olhar pregado, mesmerizados.
"As harpias têm tanta sede, Max", ele sussurrara, num rascunho de sorriso (ah, trapaceiro), insinuando prever que aquele seu "perfil soturno" é que passaria à posteridade; apenas eu saberia o quanto seu espírito folgazão iria perdurar, mas tão somente em minha memória. "Queime tudo", ele sentenciara, na presença de quatro ou cinco, para minutos depois declarar - e a mim - que as harpias têm sede, num solene tom críptico, quase querendo sorrir. "Sede do quê, Franz?", eu poderia ter dito. Não poderia?
Saberia ele de antemão que eu associaria o crepitar ao bater das asas de uma harpia? Já discutíramos sobre isso? Não teria sido ele que me incutira a metáfora, em frente a alguma lareira numa tarde já anoitecida na memória? Fiquei na dúvida. Os originais pousados em meu colo: o néctar a saciar a sede das harpias? Por um naco de tempo - meus olhos mesmerizados pelas labaredas - supus serem aqueles escritos o alimento que aplacaria o apetite das bestas voadoras e já ia, mecanicamente, obedecendo à sua última vontade oficial, expressa na presença de quatro ou cinco; mas belisquei-me, estapeei-me, acordei: o seu rascunho de sorriso, durante o sussurro. Se sede há, água nela, pois não? Peguei o jarro na mesa ao lado da poltrona e dei de beber às harpias: escuro, brasas, lareira esfumaçada e os escritos intactos em meu colo, eu aderindo àquele quase sorriso.
E pensar que aquele seu "perfil soturno" é que passaria à posteridade. Mal saberão eles. O trapaceiro.

Harpias
Na mitologia grega as hárpias eram seres com corpo de pássaro e rosto de mulheres. Filhas de Thaumas e Elektra. Originalmente eram belas e mais tardes consideradas horrendas de nojentas, como citadas na Eneida de Virgílio.
Seus nomes eram Aelo (a borrasca), Ocípite (a rápida no vôo) e Celeno (a obscura).

Animais Mitológicos - Ciclopes

Ciclopes

A construção das colossais muralhas das antigas cidades micênicas foi uma das muitas façanhas atribuídas aos ciclopes pela mitologia grega.
Segundo as lendas e obras épicas da antiga Grécia, os ciclopes eram gigantes monstruosos, de força descomunal, que possuíam apenas um olho no meio da testa.
Para Hesíodo os ciclopes eram três, filhos de Urano, o céu, e de Gaia, a terra. Chamados Brontes, Estéropes e Arges, forjaram os raios para Zeus e o ajudaram a derrotar seu pai, Cronos. Homero os descreveu na Odisséia como filhos de Posêidon, deus das águas, pertencentes a uma raça de pastores selvagens que habitavam a longínqua ilha de Trinacria, provavelmente a Sicília.
Para escapar com vida da fúria dos monstros, Ulisses cegou seu chefe, Polifemo. Outros autores, inspirados em Hesíodo, relatam que os ciclopes trabalharam como ferreiros para Hefesto. Habitavam o monte Etna e as profundezas vulcânicas e realizaram importantes trabalhos para os deuses, como o capacete de Hades e o tridente de Posêidon.
Também se atribuía a eles o controle dos fenômenos atmosféricos, a erupção dos vulcões e a edificação de construções gigantescas irrealizáveis por homens comuns. Segundo uma das lendas, foram todos mortos por Apolo.
São freqüentes as representações desses personagens míticos nos vasos e baixos-relevos antigos; nas pinturas de Pompéia, são representados com os raios próprios dos deuses.

Ciclopes
Em grego (Kýklops), "olho redondo", pois os Ciclopes eram concebidos como seres monstruosos com um olho só no meio da fronte. Demônios das tempestades, os três mais antigos são chamados, por isso mesmo, Brontes, o trovão, Estéropes, o relâmpago, e Arges, o raio.
Os mitógrafos distinguem três espécies de Ciclopes: os Urânios (filhos de Úrano e Géia), os Sicilianos, companheiros de Polifemo, como aparece na Odisséia de Homero e os Construtores. Os primeiros, Brontes, Estéropes e Arges são os urânios. Encadeados pelo pai, foram, a pedido de Géia, libertados por Crono, mas por pouco tempo. Temendo-os, este os lançou novamente no Tártaro, até que, advertido por um oráculo de Géia de que não poderia vencer os Titãs sem o concurso dos Ciclopes, Zeus os libertou definitivamente. Estes, agradecidos, deram-lhe o trovão, o relâmpago e o raio. A Plutão ou Hades ofereceram um capacete que podia torná-lo invisível e a Posídon, o tridente. Foi assim, que os Olímpicos conseguiram derrotar os Titãs.
A partir de então tornaram-se eles os artífices dos raios de Zeus.
Como o médico Asclépio, filho de Apolo, fizesse tais progressos em sua arte, que chegou mesmo a ressuscitar vários mortos, Zeus, temendo que a ordem do mundo fosse transtornada, fulminou-o. Apolo, não podendo vingar-se de Zeus, matou os Ciclopes, fabricantes do raio, que eliminaria o deus da medicina.
O segundo de Ciclopes, impropriamente denominados sicilianos, tendem a confundir-se com aqueles de que fala Homero na Odisséia. Estes eram selvagens, gigantescos, dotados de uma força descomunal e antropófagos. Viviam perto de Nápoles, nos chamados campos de Flegra. Moravam em cavernas e os únicos bens que possuíam eram seus rebanhos de carneiros. Dentre esses Ciclopes destaca-se Polifemo, imortalizado pelo cantor de Ulisses e depois, na época clássica, pelo drama satírico de Eurípedes, o Ciclope, o único que chegou completo até nós.
Na época alexandrina, os Ciclopes "homéricos" transformaram-se em demônios subalternos, ferreiros e artífices de todas as armas dos deuses, mas sempre sob a direção de Efesto, o deus por excelência das forjas. Habitavam a Sicília, onde possuíam uma oficina subterrânea. De antropófagos se transmutaram na erudita poesia alexandrina em frágeis seres humanos, mordidos por Eros.
A terceira leva de Ciclopes proviria da Lícia. A eles era atribuída a construção de grandes monumentos da época pré-histórica, formados de gigantescos blocos de pedra, cujo transporte desafiava as forças humanas. Ciclopes pacíficos, esses Gigantes se colocaram a serviço de heróis lendários, como Preto, na fortificação de Tirinto, e Perseu, na construção da fortaleza de Micenas.
Ciclopes
O Ciclope.
Uma bela jovem descansa sobre as flores;
atrás, o gigantesco ciclope observa, embevecido, com seu único olho.
Óleo sobre tela de Odilon Redon (1840/1916).
Data: 1898? 1914?
Otterlo (Holanda), Museum Kroller-Mueller.

Informações suplementares

Havia três espécies distintas de 'ciclopes' na mitologia grega: os urânicos, filhos de Uranos e Gaia, personagens da titanomaquia; os sicilianos, filhos de Posídon, personagens da Odisséia e, nas lendas tardias, simples artesãos a serviço de Hefestos; e os construtores, originários da Lícia (Ásia Menor), responsáveis por edificações constituídas de enormes blocos de pedra, como as velhas muralhas de Micenas e Tirinto.
Aparentemente, todos os ciclopes tinham em comum a estatura elevada, a força física, a habilidade manual e um único olho, situado no meio da testa.
Na pintura acima, o sombrio gigante de um olho só é mostrado em uma cena luminosa e leve, bem ao estilo de Odilon Redon, o maior dos simbolistas franceses.
A cena ilustra, provavelmente, a lenda (tardia) do ciclope siciliano Polifemos e da nereida Galatéia.

Ciclopes
A construção das colossais muralhas das antigas cidades micênicas foi uma das muitas façanhas atribuídas aos ciclopes pela mitologia grega.
Segundo as lendas e obras épicas da antiga Grécia, os ciclopes eram gigantes monstruosos, de força descomunal, que possuíam apenas um olho no meio da testa. Para Hesíodo os ciclopes eram três, filhos de Urano, o céu, e de Gaia, a terra.
Chamados Brontes, Estéropes e Arges, forjaram os raios para Zeus e o ajudaram a derrotar seu pai, Cronos.
Homero os descreveu na Odisséia como filhos de Posêidon, deus das águas, pertencentes a uma raça de pastores selvagens que habitavam a longínqua ilha de Trinacria, provavelmente a Sicília.
Para escapar com vida da fúria dos monstros, Ulisses cegou seu chefe, Polifemo.
Outros autores, inspirados em Hesíodo, relatam que os ciclopes trabalharam como ferreiros para Hefesto. Habitavam o monte Etna e as profundezas vulcânicas e realizaram importantes trabalhos para os deuses, como o capacete de Hades e o tridente de Posêidon.
Também se atribuía a eles o controle dos fenômenos atmosféricos, a erupção dos vulcões e a edificação de construções gigantescas irrealizáveis por homens comuns.
Segundo uma das lendas, foram todos mortos por Apolo.

Animais Mitológicos - Centauro

Centauro

Na mitologia grega, os centauros eram a personificação das forças naturais desenfreadas, da devassidão e embriaguez. Centauro era um animal fabuloso, metade homem e metade cavalo, que habitavam as planícies da Arcádia e da Tessália. Seu mito foi, possivelmente, inspirado nas tribos semi-selvagens que viviam nas zonas mais agrestes da Grécia. Segundo a lenda, era filho de Ixíon, rei dos lápitas, e de Nefele, deusa das nuvens, ou então de Apolo e Hebe.
Em ambos os casos parece clara a alusão às águas torrenciais e aos bosques. A história mitológica dos centauros está quase sempre associada a episódios de barbárie. Convidados para o casamento de Pirítoo, rei dos lápitas, os centauros, enlouquecidos pelo vinho, tentaram raptar a noiva, desencadeando-se ali uma terrível batalha.
O episódio está retratado nos frisos do Pártenon e foi um motivo freqüente nas obras de arte pagãs e renascentistas. Os centauros também teriam lutado contra Hércules, que os teria expulsado do cabo Mália. Nem todos os centauros apareciam caracterizados como seres selvagens. Um deles, Quirão, foi instrutor e professor de Aquiles, Heráclito, Jasão e outros heróis, entre os quais Esculápio.
Entretanto, enquanto grupo, foram notórias personificações da violência, como se vê em Sófocles. Nos tempos helênicos se relacionavam freqüentemente com Eros e Dioniso. As representações primitivas dos centauros os mostram como homens aos quais se acrescentava a metade posterior de um cavalo.
Mais tarde, talvez para realçar seu caráter bestial, só o busto era humano. Foi esta a imagem que se transmitiu ao Renascimento.

Centauro
Na mitologia grega, os centauros eram a personificação das forças naturais desenfreadas, da devassidão e embriaguez. Centauro era um animal fabuloso, metade homem e metade cavalo, que habitavam as planícies da Arcádia e da Tessália.
Seu mito foi, possivelmente, inspirado nas tribos semi-selvagens que viviam nas zonas mais agrestes da Grécia. Segundo a lenda, era filho de Ixíon, rei dos lápitas, e de Nefele, deusa das nuvens, ou então de Apolo e Hebe.
Em ambos os casos parece clara a alusão às águas torrenciais e aos bosques. A história mitológica dos centauros está quase sempre associada a episódios de barbárie. Convidados para o casamento de Pirítoo, rei dos lápitas, os centauros, enlouquecidos pelo vinho, tentaram raptar a noiva, desencadeando-se ali uma terrível batalha. O episódio está retratado nos frisos do Pártenon e foi um motivo freqüente nas obras de arte pagãs e renascentistas.
Os centauros também teriam lutado contra Hércules, que os teria expulsado do cabo Mália. Nem todos os centauros apareciam caracterizados como seres selvagens.
Um deles, Quirão, foi instrutor e professor de Aquiles, Heráclito, Jasão e outros heróis, entre os quais Esculápio. Entretanto, enquanto grupo, foram notórias personificações da violência, como se vê em Sófocles.
Na mitologia grega, eram seres fortes e brutais, metade homens e metade cavalos, filhos de Ixíon ou Ixão, rei dos lápitas, e de Néfele, deusa das nuvens, à exceção de Folo de Quíron ou Quirão, que tiveram outra origem e caráter menos selvagem, porém eram a personificação das forças naturais desenfreadas, da devassidão e embriaguez.
Monstros que representavam a identificação do ser humano aos instintos animalescos, seu mito foi, possivelmente, inspirado nas tribos semi-selvagens que viviam nas zonas mais agrestes da Grécia e sua história mitológica quase sempre associada a episódios de barbárie.Viviam nos bosques das planícies da Arcádia e dos montes da Tessália e teriam lutado contra Hércules, que os teria expulsado do cabo Mália.
Durante as bodas de Pirítoo, rei dos lápitas, depois de embriagados com vinho, teriam tentado raptar a noiva, gerando uma terrível que terminou com todos aniquilados pelo lápitas.
Diferentemente dos outros, Folo de Quírion foi instrutor e professor de Aquiles, Heráclito, Jasão e outros heróis. Nos tempos helênicos se relacionavam freqüentemente com Eros e Dioniso e durante o Renascimento, talvez para realçar seu caráter bestial, em suas repressntações só o busto era humano.

Centauro
O centauro, ser mitológico metade homem, metade cavalo, símbolo do signo de Sagitário, e que personificava as forças mais grosseiras da natureza, pode nos dar mais uma pista.
Se pensarmos em Quíron, centauro que se diferenciou dos demais, naturalmente selvagens e irrefletidos, por suas qualidades de sabedoria, reflexão e dom de cura (Quíron se tornou mestre de muitos heróis da mitologia, como Hércules e Édipo), não fica difícil pensar que é hora de deixarmos para trás a "animalidade" do cavalo e nos aplicarmos mais no desenvolvimento da parte humana, com tudo o que isso implica - revelações, mortes, alegrias, dor, descobertas.
Não há outro caminho se quisermos partilhar positivamente das mudanças que fatalmente virão, e que já podem ser vislumbradas por aqueles que têm "olhos de ver".