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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Antigo Egito

Antigo Egito

CENTRO BRASILEIRO DE ARQUEOLOGIA E EGIPTOLOGIA
CENTRO BRASILEIRO DE ARQUEOLOGIA E EGIPTOLOGIA
Egito Antigo é a expressão que define a civilização da Antiguidade que se desenvolveu no canto nordeste do continente africano, tendo como fronteira a norte o Mar mediterrâneo, a oeste o deserto da Líbia, a leste o deserto da Arábia e a sul a primeira catarata do rio Nilo.
A história do Antigo Egipto inicia-se em cerca de 3150 a.C. altura em que se verificou a unificação dos reinos do Alto e do Baixo Egipto, e termina em 30 a.C. quando o Egipto, já então sob dominação estrangeira, se transformou numa província do Império Romano, após a derrota da rainha Cleópatra VII na Batalha de Ácio. Durante a sua longa história o Egipto conheceria três grandes períodos marcados pela estabilidade política, prosperidade económica e florescimento artístico, intercalados por três períodos de decadência. Um desses períodos de prosperidade, designado como Império Novo, correspondeu a uma era cosmopolita durante a qual o Egipto dominou, graças às campanhas militares do faraó Tutmés III, uma área que se estendia desde Curgos (na Núbia, entre a quarta e quinta cataratas do rio Nilo) até ao rio Eufrates. A civilização egípcia foi umas das primeiras grandes civilizações da Humanidade e manteve durante a sua existência uma continuidade nas suas formas políticas, artísticas, literárias e religiosas, explicável em parte devido aos condicionalismos geográficos, embora as influências culturais e contactos com o estrangeiro tenha sido também uma realidade.
Geografia

Mapa do Antigo EgiptoO território no qual se desenvolveu a civilização do Antigo Egipto corresponde, em termos tradicionais, à região situada entre a primeira catarata do rio Nilo, em Assuão, e o Delta do Nilo. O Sinai, situado a leste do Delta do Nilo, funcionou como via de acesso ao corredor sírio-palestiniano, designação atribuída à faixa de terra que ligava o Egipto à Mesopotâmia. A oeste do Delta, surge o deserto da Líbia (ou deserto ocidental), onde se encontram vários oásis dos quais se destacam o de Siuá, Kharga, Farafra, Dakhla e Bahareia. O deserto da Árabia (ou deserto oriental), estende-se até ao Mar Vermelho. A sul da primeira catarata situava-se a Núbia, cuja cultura e habitantes já era eram vistos como estrangeiros. Em diversos momentos, o Egipto ultrapassou a primeira catarata e tomou posse de territórios Núbios, onde obtinha diversas matérias-primas.
O território do Antigo Egipto não deve ser por isso confundido com o território da moderna República Árabe do Egipto, dado que esta se estende para sul da primeira catarata do Nilo até ao paralelo 22ºN e inclui partes dos deserto da Líbia e do deserto da Arábia, bem como a península do Sinai. [4]
Esta civilização desenvolveu-se graças à existência do rio Nilo, sem o qual o Egipto não seria diferente dos desertos que o cercam. Neste sentido, é bem conhecida a frase do historiador grego Heródoto (que visitou o Egipto em meados do século V a.C.), segundo a qual o Egipto era um dom do Nilo, retomando o historiador uma afirmação anterior de Hecateu de Mileto.
Os dois afluentes principais do rio Nilo são o Nilo Branco (que nasce no Lago Vitória) e o Nilo Azul (oriundo dos planaltos da Etiópia). O Nilo corre de sul para norte, desaguando no Mar Mediterrâneo, com uma extensão aproximada de 6695 quilómetros. Todos os anos as inundações do rio, que se iniciavam no Egipto na segunda metade de Julho e terminavam em meados de Outubro, depositavam nas margens uma terra negra que fertilizava o solo e que permitiu a prática da agricultura (actualmente o fenómeno das inundações do Nilo já não existe no Egipto graças à construção da barragem de Assuão). Os Egípcios dependiam portanto deste rio e das inundações para a sua sobrevivência. Para além disso, o Nilo era a principal via de transporte, quer de pessoas, quer de materiais. Apesar da dependência do Nilo, o Antigo Egipto não deve ser considerado apenas um dom de condições geográficas especiais, como afirmou Heródoto, que talvez quisesse, com esta afirmação, explicar por que o Egipto já era uma grande civilização enquanto os gregos ainda viviam em aldeias isoladas. O ponto fundamental é que o Antigo Egipto também só existiu graças ao seu sistema de governo centralizado, que organizava a enorme mão-de-obra constituída pela massa de camponeses, e ao engenho de seus construtores, que, desde épocas remotas, edificaram barragens e canais de irrigação para tirar o máximo proveito das águas do Nilo.
[editar] Vale do rio Nilo
O rio Nilo era a fonte de vida do povo egípcio, que vivia basicamente da agricultura.

No período das cheias, as fortes chuvas sazonais (junho a setembro), faziam o Rio Nilo transbordar, encobrindo grandes extensões de terras que o margeavam, mas também, este fenômeno fertilizava o solo ao depositar matéria orgânica (fertilizante de primeira qualidade) neste.

Além de fertilização do solo, o rio trazia grande quantidade de peixes e dava chances a milhares de barcos que navegavam sobre as águas fluviais.

Para o povo egípcio era uma verdadeira benção dos deuses. Aliás, o próprio rio era tido como sagrado. O historiador antigo Herotodo fez conhecida a frase "o Egito é uma dádiva do Nilo" - idéia essa que causa a ilusão de que a prosperidade alcançada por esse povo se devia unicamente às condições naturais. Mas para o Egipto, o Nilo não era apenas um presente da natureza. Havia necessidade da inteligência, do trabalho, da aplicação e da organização dos homens. Após as cheias, as margens do rio ficavam cobertar por húmus - adubo natural, que dava ao solo a fertilidade necessária para o plantio. No tempo da estiagem, num trabalho de união de forças e de conjunto, os egípcios aproveitaram as águas do rio para levar a irrigação até terras mais distantes ou construir diques para controlar as cheias, protegendo o vale contra essas catástrofes terríveis. No período das cheias, os camponeses eram encaminhadas para as cidades, onde realizavam outros trabalhos que não a agricultura.

Com as cheias, desapareciam as divisas das propriedades agrícolas. Assim, todos os anos era necessário o trabalho do homem para medir, calcular, e isso ocasionou o desenvolvimento da geometria e da matemática.
[editar] Embarcações no rio Nilo
A área cultivada e habitada do Egipto é longa e muito estreita,e o Nilo percorre-a toda.Por isso,nos tempos em que não existiam estradas de ferro nem automóveis,o meio mais fácil e mais rápido de viajar e transportar cargas pesadas era através de embarcações de diversos tamanhos.Quando se tornava necessário efectuar uma viagem,os egípcios pensavam imediatamente em barcos.Até acreditavam que o Deus do sol,Rá,navegava através do céu,todos os dias,num barco do Nilo.O Nilo corre de sul para norte,mas o vento sopra,geralmente,no Egipto,de norte para sul.Portanto,um viajante que navegasse para norte,teria a corrente a seu favor.Isto facilitava o emprego dos remos,quase não precisaria servir-se das velas.Na viagem de regresso,o vento ajudá-lo-ia,de modo que poderia utilizar as velas.Mas,se o vento parasse,ver-se-ia em dificuldades para remar contra a corrente. Os barcos eram dirigidos por meio de remos especiais à proa.Os tamanhos das embarcações iam desde os pequenos barcos de junco até os granes barcos mercantes de guerra.As barcaças elegantes fabricadas para o rei,e para os nobres,ou para transportar estátuas de deuses,eram pintadas com cores alegres e enfeitadas com ouro.Tinham confortáveis cabines e velas de cores berrantes.
[editar] O Alto Egipto e o Baixo Egipto
No Antigo Egipto distinguiam-se duas grandes regiões: o Alto Egipto e o Baixo Egipto.

O Alto Egipto (Ta-chemau) era a estreita faixa de terra com cerca de 900 quilómetros de extensão que tradicionalmente começava em Assuão e terminava na antiga cidade Mênfis (perto da moderna Cairo).

O Baixo Egipto (Ta-mehu) correspondia à região do Delta, a norte de Mênfis, onde o Nilo se dividia em vários braços. Território plano favorável à caça e à pesca, foi aqui onde mais se fizeram sentir os contactos com o estrangeiro, sobretudo nos últimos séculos da história do Antigo Egipto. Também, por vezes, se distingue na geografia egípcia uma região conhecida como o Médio Egipto, que é o território a norte de Qena até à região do Faium.

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