Alexandre III foi realmente uma figura poderosa. Está no reduzido grupo de homens que definiram o curso da história humana. Seu gênio militar se impôs sobre o império persa e assentou as bases da frutífera civilização grega.
Alexandre nasceu em 356 a.C. no palácio de Pella, na Macedônia. Filho do rei Filipe II, cedo se destacou como um rapaz inteligente e intrépido. Quando tinha 13 anos, seu pai incumbiu um dos homens mais sábios de sua época, Aristóteles, de educá-lo.
Assim Alexandre aprendeu as mais variadas disciplinas: retórica, política, ciências físicas e naturais, medicina e geografia, ao mesmo tempo em que se interessava pela história grega e pela obra de autores como Eurípides e Píndaro. Também se distinguiu nas artes marciais e na doma de cavalos, de tal forma que em poucas horas dominou o Bucéfalo, que viria a ser sua inseparável montaria.
Na arte da guerra recebeu lições do pai, militar experiente e corajoso, que lhe transmitiu conhecimentos de estratégia e lhe inculcou dotes de comando. O enérgico e bravo jovem teve oportunidade de demonstrar seu valor já aos 18 anos, quando, no comando de um esquadrão de cavalaria, venceu o batalhão sagrado de Tebas na batalha de Queronéia (338 a.C).
Depois do assassinato de seu pai em 336 a.C., Alexandre subiu ao trono da Macedônia e se dispôs a iniciar a expansão territorial do reino. Para tão árdua empreitada contou com poderoso e organizado exército, dividido em infantaria, cuja principal arma era a zarissa (lança de grande comprimento) e a cavalaria, que constituía a base do ataque.
Imediatamente depois de subir ao trono, Alexandre enfrentou uma sublevação de várias cidades gregas e as incursões realizadas no norte de seu reino pelos trácios e ilírios, aos quais logo dominou. Em contrapartida, na Grécia a cidade de Tebas opôs grande resistência, o que o obrigou a um violento ataque no qual morreram milhares de tebanos.
Pacificada a Grécia, o jovem rei elaborou seu mais ambicioso projeto: a conquista do império persa, a mais assombrosa campanha da Antigüidade. Em 334 cruzou o Helesponto, e já na Ásia avançou até o rio Granico, onde enfrentou os persas pela primeira vez e alcançou importante vitória. Em Sardes, de posse de seu tesouro, Alexandre construiu um templo a Zeus, no antigo palácio real do rei Creso. Zeus, o Deus padroeiro da Macedônia, encontra-se no reverso de quase toda cunhagem de prata, entronizado, segundo a famosa estátua de Fídias em Olímpia. O verso traz Hércules com seu capuz de máscara de leão. À medida que as fontes de fabricação marchavam para leste, o Zeus, esculpido por operários não gregos, torna-se crescentemente vago e o Hércules cada vez mais parecido com Alexandre. Prosseguiu triunfante em sua jornada, arrebatando cidades aos persas, até chegar a Górdia, onde cortou com a espada o "nó górdio", o que, segundo a lenda, lhe assegurava o domínio da Ásia.
A história é a seguinte: Midas era rei da Frígia e filho de Górdio, um pobre camponês, que foi escolhido pelo povo para rei, em obediência à profecia do oráculo, segundo a qual o futuro rei chegaria numa carroça, com a mulher e o filho. Tornando-se rei, Górdio dedicou a carroça à divindade do oráculo, amarrando-a com um nó, o famoso nó górdio, a propósito do qual se dizia que, quem fosse capaz de desatá-lo, tornar-se-ia senhor de toda a Ásia. Muitos tentaram em vão, até que Alexandre Magno chegou à Frígia, com suas conquistas. Tentou também desatar o nó, com o mesmo insucesso dos outros, até que, impacientando-se, arrancou da espada e cortou-o. Quando, depois, conseguiu subjugar toda a Ásia, começou-se a pensar que ele cumprira os termos do oráculo em sua verdadeira significação.
Ante o irresistível avanço de Alexandre, o rei dos persas, Dario III, foi ao seu encontro. Na batalha de Isso (333 a.C.) consumou-se a derrota dos persas e começou o ocaso do grande império. Em seguida, o rei macedônio empreendeu a conquista da Síria (332 a.C.) e entrou no Egito.
O sonho de Alexandre de unir a cultura oriental à ocidental, começou a se concretizar. Iniciou um processo pessoal de orientalização, ao tomar contato com a civilização egípcia. Respeitou os antigos cultos aos deuses egípcios e até se apresentou no santuário do oásis de Siwa, onde foi reconhecido como filho de Amon e sucessor dos faraós. Em 332 a.C. fundou Alexandria, cidade que abrigava a famosa Biblioteca de Alexandria e que viria a converter-se num dos grandes focos culturais da Antigüidade. Depois de submeter a Mesopotâmia, Alexandre enfrentou novamente Dario na batalha de Gaugamela (331 a.C.), cujo resultado determinou a queda definitiva da Pérsia em poder dos macedônios. Morto Dario (330 a.C.), Alexandre o Grande foi proclamado rei da Ásia e sucessor da dinastia persa. Seu processo de orientalização se acentuou com o uso do selo de Dario, da tiara persa e do cerimonial teocrático da corte oriental. Além disso, no ano 328 a.C. contraiu matrimônio com Roxana, filha do sátrapa da Bactriana, com quem teve um filho de nome Alexandre IV.
A tendência à fusão das duas culturas gerou desconfianças entre seus oficiais macedônios e gregos, que temiam um excessivo afastamento dos ideais helênicos por parte de seu monarca.
Nada impediu Alexandre de continuar seu projeto imperialista em direção ao Oriente. Em 327 dirigiu suas tropas para a longínqua Índia, país mítico para os gregos, no qual fundou colônias militares e cidades, entre as quais Nicéia e Bucéfala, esta erigida em memória de seu cavalo, às margens do rio Hidaspe. Ao chegar ao rio Bias suas tropas, cansadas de tão dura empreitada, se negaram a continuar. Alexandre decidiu regressar à Pérsia, viagem penosa, na qual foi ferido mortalmente e acometido de febres desconhecidas, que nenhum de seus médicos soube curar.
Alexandre o Grande morreu na Babilônia, a 13 de junho de 323 a.C., com a idade de 33 anos. O império que com tanto esforço edificou, e que produziu a harmoniosa união do Oriente e do Ocidente, começou a desmoronar, já que só um homem com suas qualidades poderia governar território tão amplo e complexo, mescla de povos e culturas muito diferentes. Depois de sua morte prematura, a influência da civilização grega no Oriente e a orientalização do mundo grego alcançaram sua mais alta expressão no que se conhece sob o nome de Helenismo, fenômeno cultural, político e religioso que se prolongou até os tempos de Roma.
Rei da Macedônia (356 a.C.-13/6/323 a.C.). Filho do rei Felipe II e da rainha Olímpia, nasce em Pela, antiga capital da Macedônia, região no norte da Grécia.
Sob a influência do filósofo Aristóteles, seu preceptor dos 13 aos 16 anos, passa a apreciar filosofia, medicina e ciências.
Alexandre, o grande
Enquanto Felipe II está fora em uma expedição bélica, Alexandre lidera uma expedição à atual Bulgária, vence os bárbaros locais e erige sua primeira cidade, Alexandrópolis.
Pela façanha, torna-se general do Exército do pai com 16 anos.
Assume o trono aos 20 anos, após o assassinato de Felipe. Nos 13 anos de reinado, Alexandre, também conhecido como Magno (do latim grande), cria o império mais extenso até então.
Domina a Grécia, a Palestina e o Egito, anexa a Pérsia e a Mesopotâmia e chega à Índia.
Organiza o Império Macedônico em nove reinos e funda mais de 70 cidades, várias com o nome de Alexandria, que servem para o intercâmbio comercial com China, Arábia, Índia e interior da África.
Dessas, a mais famosa é a localizada no delta do rio Nilo, no Egito.
As conquistas de Alexandre propagam a cultura grega no Oriente.
A criação da biblioteca de Alexandria, com 700 mil volumes, transforma a cidade em centro irradiador da cultura helenística.
Alexandre casa-se com Roxana, com quem tem um filho, Alexandre Aegus. Morre aos 33 anos, de febre, na Babilônia.
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