segunda-feira, 25 de abril de 2011

Biblioteca de Alexandria

O Império Macedónico estendeu-se, como vimos, por todo o mundo conhecido, da Sicília à África do Norte, da Península Balcânica à Ásia Menor, do Irão à Índia e ao Afeganistão. Vimos também que Filipe II, e posteriormente Alexandre, desenvolveram uma política de aproximação às culturas dos povos conquistados. É neste contexto que se deve entender o significado ecuménico da Biblioteca. Com o intuito de compreender melhor os povos conquistados, era necessário reunir e traduzir os seus livros, em especial os livros religiosos uma vez que a religião era, de acordo com Canfora (1989: 28), "a porta de suas almas".
Interessa também realçar que o Egipto era um país onde a tradição da cultura e das colecções sempre tinha existido. Na verdade, desde o tempo dos antigos faraós que existiam bibliotecas. Por outro lado, alguns soberanos Assírios e Babilónicos possuíam também bibliotecas. Em Ninive, foi mesmo encontrada em 1849 por Layard, a biblioteca cuneiforme do rei assírio Assurbanipal, cujos livros eram placas de argila. No entanto, a primeira biblioteca particular realmente importante, antes da biblioteca de Alexandria, foi a biblioteca de Aristóteles elaborada, em parte, graças aos generosos subsídios de Alexandre.
A fundação da Biblioteca
Por conselho de Demétrio de Falero, Ptolomeu Soter, vai fundar uma nova biblioteca. O edifício será construído no mais belo bairro da nova cidade, nas proximidades do porto principal, onde também se encontrava o palácio real, prova bem clara da importância que Ptolomeu, desde o princípio, lhe atribuiu.
Para além dos inúmeros livros que Demétrío e Ptolomeu I compraram para a biblioteca, esta foi crescendo também graças ao contributo que os sábios e os literatos da época iam dando (refira-se por exemplo, o caso do filólogo Dídimo (313 - 398 d.C.), que terá composto cerca de três mil e quinhentos volumes de comentários).
A colecção de base acumulada por Ptolomeu I aumentou com enorme rapidez nos dois reinados seguintes. Ptolomeu III, o Evérgeta (reinado: 246 - 221 a.C.), usou de todos os métodos para obter livros. Assim, todos os navios mercantes fundeados no movimentado porto de Alexandria, eram revistados e os livros encontrados retidos e copiados. Conta-se também que Ptolomeu III pedira emprestado a Atenas os manuscritos originais ou as cópias oficiais das grandes tragédias de Ésquilo (525 - 456 a.C.), Sófocles (496 - 406 a.C.) e Eurípedes (480 - 406 a.C.). Acontece porém que, para os Atenienses, esses textos eram um património cultural de valor incalculável, razão pela qual se mostraram reticentes em deixar os manuscritos sair das suas mãos. Só depois de Ptolomeu ter assegurado a devolução através de um enorme depósito em dinheiro (quinze talentos) aceitaram ceder as peças. Mas Ptolomeu, que atribuía maior valor a esses manuscritos do que ao próprio ouro, preferiu perder a caução e conservar os originais na sua biblioteca. Os Atenienses tiveram que contentar-se com as cópias que Ptolomeu lhes enviou.
A Biblioteca continha tudo o que a literatura grega produzira de interessante. É certo também que existiam obras estrangeiras traduzidas ou não. Dentro das obras traduzidas pelo corpo de tradutores do próprio museu, distingue-se a tradução em língua grega dos chamados Setenta, livros sagrados dos Judeus a que chamamos Antigo Testamento. Uma lenda diz que Ptolomeu II Filadelfo (rei do Egipto entre 283 e 246 a. C.) reuniu setenta e dois sábios judeus e lhes pediu que traduzissem para o grego as suas Escrituras. No entanto, a tradução foi na realidade bem mais demorada. O Pentateuco só foi acabado de traduzir no séc. III, os livros dos Profetas e os Salmos no século II, e o Eclesiastes cerca de cem anos após a era cristã.
A dedicação e devoção revelada pelos soberanos do Egipto e pelos responsáveis pelo Museu permitiu reunir a maior colecção de livros da antiguidade. Pensa-se que a Biblioteca chegou a reunir cerca de 400 mil volumes. Tendo-se tornado insuficiente o espaço, o Serapeion (templo de Serápis) recebeu um outro depósito, de cerca de 300 mil volumes, totalizando assim 700 mil volumes.
Biblioteca de Alexandria
Estátua do deus Serápis séc. IV a. C.. Adorado tanto pelos Gregos como pelos Egípcios, Serápis simbolizava a influência do saber grego no Egipto.
Dada a sua riqueza, a Biblioteca foi alvo de atenção dos falsários. Assim, uma das tarefas dos funcionários do Museu consistia em distinguir as obras apócrifas das autênticas.
Por exemplo, os poemas homéricos foram analisados por um filólogo do Museu, Zenódoto de Éfeso (final do séc. III a.C.) que assinalou as passagens mais suspeitas, o mesmo ocorrendo com os poemas trágicos e a literatura grega. Assim, nascia no Museu a crítica dos textos.
Com a decadência de Atenas, o centro de produção do conhecimento científico muda-se para a nova capital do mundo helénico. Como consequência, dá-se a fusão entre os conhecimentos teóricos dos gregos e os conhecimentos empíricos dos egípcios, fusão essa que está na origem de um período de grande esplendor.
Foram inúmeros os sábios que contribuíram para o desenvolvimento da ciência em Alexandria. No decorrer do texto, citar-se-ão os mais relevantes e indicar-se-ão algumas das obras que fizeram com que os seus nomes ficassem para sempre na história da ciência.
Fonte: www.educ.fc.ul.pt
Biblioteca de Alexandria



O imenso arquivo de livros considerados 'perigosos', como as obras de Bérose que relatavam seus encontros com extraterrestres ou 'Sobre o feixe de luz', provavelmente a primeira obra sobre discos voadores, os livros secretos que davam poder ilimitado, os segredos da alquimia....tudo desapareceu
A cidade foi fundada, como seu nome o diz, por Alexandre, o Grande , entre 331 e 330 a.C.
The Alexandria Monument Gallery ma fantástica coleção de saber foi definitivamente aniquilada pelos árabes em 646 da era cristã. Antes disso muitos ataques foram destruindo aos poucos esse monumento. Alexandria foi a primeira cidade do mundo totalmente construida em pedra. A biblioteca compreendia dez grandes salas e quartos separados para os consultantes. Discute-se, ainda, a data de sua fundação, por Demétrios de Phalére. Desde o começo, ele agrupou setecentos mil livros e continuou aumentando sempre esse número. Os livros eram comprados às expensas do rei. Demétrios foi o primeiro ateniense a descolorir os cabelos, alourando-os com água oxigenada. Depois foi banido de seu governo e partiu para Tebas. Lá escreveu um grande número de obras, uma com o título estranho: 'Sobre o feixe de luz no céu', que é provavelmente, a primeira obra sobre discos voadores. Demétrios tornou-se célebre no Egito como mecenas das ciências e das artes, em nome do rei Ptolomeu I . Ptolomeu II continuou a interessar-se pela biblioteca e pelas ciências, sobretudo a zoologia. Nomeou como bibliotecário a Zenodotus de Éfeso, nascido em 327 a.C., e do qual ignoram as circunstâncias e data da morte. Depois disso, uma sucessão de bibliotecários , através dos séculos, aumentou a biblioteca, acumulando pergaminhos, papiros, gravuras e mesmo livros impressos, se formos crer em certas tradições. A biblioteca continha portanto documentos inestimáveis.
Sabe-se que um bibliotecário se opôs, violentamente ,à primeira pilhagem da biblioteca por Júlio César, no ano 47 a.C., mas a história não tem o seu nome. O que é certo é já na época de Júlio César, a biblioteca de Alexandria tinha a reputação corrente de guardar livros secretos que davam poder praticamente ilimitado. Quando Júlio César chegou a Alexandria a biblioteca já tinha pelo menos setecentos mil manuscritos. Os documentos que sobreviveram dão-nos uma idéia precisa. Havia lá livros em grego. Evidentemente, tesouros: toda essa parte que nos falta da literatura grega clássica. Mas entre esses manuscritos não deveria aparentemente haver nada de perigoso. Ao contrário , o conjunto de obras de Bérose é que poderia inquietar.
Sacerdote babilônico refugiado na Grécia, Bérose nos deixou de um encontro o relato com os extraterrestres: os misteriosos Apkallus, seres semelhantes a peixes, vivendo em escafandros e que teriam trazido aos homens os primeiros conhecimentos científicos. Bérose viveu no tempo de Alexandre, o Grande, até a época de Ptolomeu I. Foi sacerdote de Bel-Marduk na babilônia. Era historiador, astrólogo e astrônomo. Inventou o relógio de sol semicircular. Fez uma teoria dos conflitos entre os raios dos Sol e da Lua que antecipa os trabalhos mais modernos sobre interferência da luz.
A História do Mundo de Bérose, que descrevia seus primeiros contatos com os extraterrestres, foi perdida. Restam alguns fragmentos, mas a totalidade desta obra estava em Alexandria. Nela estavam todos os ensinamentos dos extraterrestres.
A ofensiva seguinte, a mais séria contra a livraria, foi feita pela Imperatriz Zenóbia . Ainda desta vez a destruição não foi total, mas livros importantes desapareceram. Conhecemos a razão da ofensiva que lançou depois dela o Imperador Diocleciano ( 284--305 d.C. ). Diocleciano quis destruir todas as obras que davam os segredos de fabricação do ouro e da prata. Isto é, todas as obras de alquimia. Pois ele pensava que se os egipcios pudessem fabricar à vontade o ouro e a prata, obteriam assim meios para levantar um exército e combater o império. Diocleciano mesmo filho de escravo, foi proclamado imperador em 17 de setembro de 284. Era ao que tudo indica, perseguidor nato e o último decreto que assinou antes de sua abdicação em maio de 305, ordenava a destruição do cristianismo. Diocleciano foi de encontro a uma poderosa revolta do Egito e começou em julho de 295 o cerco à Alexandria. Tomou a cidade e nessa ocasião houve um massacre. Entretanto, segundo a lenda, o cavalo de Diocleciano deu um passo em falso ao entrar na cidade conquistada e Diocleciano interpretou tal acontecimento como mensagem dos deuses que lhe mandavam poupar a cidade.
A tomada de Alexandria foi seguida de pilhagens sucessivas que visavam acabar com os manuscritos de alquimia. E todos manuscritos encontrados foram destruidos . Eles continham as chaves essenciais da alquimia que nos faltam para a compreensão dessa ciência, principalmente agora que sabemos que as transmutações metálicas são possíveis. Seja como for, documentos indispensáveis davam a chave da alquimia e estão perdidos para sempre: mas a biblioteca continuou.
Apesar de todas as destruições sistemáticas que sofreu , ela continuou sua obra até que os árabes a destruissem completamente. E se os árabes o fizeram, sabiam o que faziam. Já haviam destruido no prórpio Islã - assim como na Pérsia - grande número de livros secretos de magia, de alquimia e de astrologia. A palavra de ordem dos conquistadores era "não há necessidade de outros livros, senão o Livro", isto é , o Alcorão. Assim , a destruição de 646 d.C. visava não propriamente os livros malditos, mas todos os livros.
O historiador muçulmano Abd al-Latif (1160-1231) escreveu: "A biblioteca de Alexandria foi aniquilada pelas chamas por Amr ibn-el-As, agindo sob as ordens de Omar, o vencedor". Esse Omar se opunha aliás a que se escrevessem livros muçulmanos, seguindo sempre o princípio: "o livro de Deus é-nos suficiente". Era um muçulmano recém-convertido, fanático, odiava os livros e destruiu-os muitas vezes porque não falavam do profeta. É natural que terminasse a obra começada por Julio César, continuada por Diocleciano e outros.

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